Ustra (foto) é reconhecido pelo Poder Judiciário, em ação declaratória, como torturador e é acusado pelo Ministério Público Federal de crimes como assassinatos e desaparecimentos. A Comissão da Verdade contou ao menos 45 casos relacionados a ele.
Além da homenagem, Mourão já afirmou que uma intervenção militar poderia ser adotada se o Poder Judiciário não solucionasse “o problema político”, em referência aos casos de corrupção. Ele disse também, em outra ocasião, que o regime em que vivemos é frágil, “onde a moral e as virtudes foram enxovalhadas”.
“Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso”, afirmou em setembro de 2017.
Apesar de ser respeitado nas Forças Armadas, o militar é criticado por colegas de farda pelo estilo verborrágico. As suas declarações colocaram em saia-justa o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, e causaram seu remanejamento tanto no governo Michel Temer como Dilma Rousseff.
“Nosso atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato”, afirmou em dezembro.
Em 2015, durante o governo petista, ele fez duras críticas à classe política e exaltou a necessidade de “luta patriótica”. “A maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias”, disse.
O nome de Mourão foi anunciado após o candidato do PSL ter recebido negativas de três nomes. Além de Janaina, foram considerados o senador Magno Malta (PR-ES) e o general Augusto Heleno, do PRP. Em maio, o PRTB, partido a que Mourão é filiado, cogitou lançá-lo ao Palácio do Planalto, mas depois desistiu.
Mourão é gaúcho e entrou para o Exército em 1972, em pleno regime militar. Ele comandou o Comando Militar Sul e, em sua carreira, cumpriu missão de Paz em Angola e foi adido militar do Brasil na Venezuela.