Violência política avança no país a três semanas das eleições
Revolta pelo discurso do pastor em culto com tiro, confronto em comício com troca de…
Revolta pelo discurso do pastor em culto com tiro, confronto em comício com troca de socos e uma discussão no 7 de Setembro com um homem morto a facadas. A três semanas das eleições, a violência política no Brasil fica evidente em três acontecimentos que ocuparam o noticiário envolvendo apoiadores dos candidatos à frente na disputa presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Os acontecimentos corroboram os dados de um levantamento feito pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (OVPE-Unirio). De acordo com o estudo, ao longo da primeira metade de 2022, a violência política deixou 40 mortos no país.
Nesta quinta-feira, o bolsonarita Rafael Silva de Oliveira foi preso por matar a facadas o colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, que defendia Lula. O crime ocorreu no interior do Mato Grosso após uma discussão política.
Em Goiânia, na semana passada, o policial militar Vitor da Silva Lopes atirou na perna do assessor empresarial Davi Augusto de Souza dentro da Congregação Cristão no Brasil, em Goiânia. Souza estaria revoltado com o discurso do pastor, que pregava aos fiéis para não votar “em vermelhos”, em referência aos partidos de esquerda.
Nesta sexta, em São Gonçalo, o bolsonarista Rodrigo Duarte, candidato a vereador nas eleições de 2020 pelo PRTB, levou um soco de um apoiador de Lula após provocar uma confusão na porta de um comício do ex-presidente.
A pesquisa feita pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (OVPE-Unirio) considera casos de violência ocorridos contra lideranças políticas brasileiras, com base no monitoramento diário da mídia impressa, eletrônica e digital. Entram no cálculo lideranças políticas ou seus familiares, incluindo políticos no exercício do mandato, ex-políticos, candidatos, pré-candidatos, ex-candidatos e assessores e funcionários da administração pública federal, estadual e municipal.
Como os boletins são atualizados a cada trimestre, não há dados consolidados a partir de julho — mês em que houve o caso de repercussão nacional em Foz do Iguaçu (PR), quando o agente penal Jorge José, bolsonarista, assassinou o guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava seu aniversário em uma festa com temática do Partido dos Trabalhadores.
O levantamento do OVPE também aponta para 89 ameaças a lideranças políticas, 42 agressões, 27 atentados, 11 homicídios de familiares, dois sequestros, dois sequestros de familiares e um atentado contra familiares. Como o monitoramento começou em 2020, não é possível comparar com o mesmo período do último ano com eleições federais, 2018.