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Visitantes quebram vidro de jaula em zoológico para salvar irara

Animal era atacado por outro da mesma espécie em parque de Campinas, em SP

Visitantes quebram vidro de jaula em zoológico para salvar irara (Foto: reprodução - Instagram)

Visitantes de um parque em Campinas, no interior de São Paulo, quebraram o vidro de uma jaula para resgatar uma irara na tarde de sexta-feira (21). O animal, que tinha dificuldades de locomoção, foi atacado por outro da mesma espécie.

O episódio aconteceu na área de zoológico do Parque Bosque dos Jequitibás, destinada à reabilitação de animais resgatados —a iniciativa da prefeitura realiza o trabalho de soltura das espécies recuperadas e mantém sob cuidados daqueles inaptos à reambientação silvestre.

Uma visitante que passava em frente ao canteiro das iraras com os filhos percebeu a movimentação estranha e tentou assustar o animal agressivo. Segundo ela, ele parava quando batiam no vidro, mas voltava a morder e arrastar a companheira, Jade, em seguida.

Sem sucesso, a mulher pediu que um de seus filhos fosse à administração do local chamar os responsáveis pelo parque. “O guarda que estava na portaria disse que [o comportamento] era normal, e não tinha ninguém [para ajudar], nem tratador, nem veterinário, nem direção, nenhum responsável”, afirma.

Os gritos da irara chamaram a atenção de outros visitantes, que também tentaram intervir na situação. Sem saberem o que fazer, cerca de 10 pessoas decidiram quebrar o vidro com uma pedra para resgatar o animal machucado.

Segundo a moradora de Campinas, seu filho, de 15 anos, entrou no canteiro junto com outra mulher para resgatar Jade. Um guarda do local que acompanhava a movimentação popular se posicionou à frente do vidro quebrado para impedir que o outro animal fugisse.

“Até então, o guarda falava que não tinha telefone de ninguém, que não conseguia falar com ninguém. Aí ele falou no rádio que ‘meliantes’ tinham quebrado o vidro e outros guardas do bosque desceram e ficaram lá”, relata.

Apesar da fala, a visitante afirma que o grupo não sofreu represália: “Eles viram que a situação foi extrema. O nosso intuito não era quebrar nada, estragar nada —até porque aquilo ali a gente mesmo que paga.”

Foi aí que uma funcionária do teatro do bosque disparou uma série de ligações, até conseguir o telefone do veterinário responsável pelos animais. Ele entrou em contato com outro profissional, que compareceu ao local.​

“O que nos deixou mais indignados é que a Jade é um animal deficiente, ela não anda, tem paralisia nas pernas. Não era para estar no convívio de outro animal saudável, e não deveria estar exposta para a gente ver”, disse a visitante.

Sobre a ação do filho, ela comenta: “Eu fiquei com medo na hora, porque a gente não sabe a reação do outro animal, mas foi muito satisfatório. Se ele não tivesse salvado a Jade, ela teria morrido ali”.

Toda a situação se passou num período de duas horas. Segundo a campineira, eles perceberam os ataques por volta das 15h, passaram cerca de uma hora acionando autoridades locais, e o veterinário chegou por volta das 17h, quando prestou atendimento ao animal.

Procurada pelo F5, a prefeitura de Campinas não respondeu até a publicação da matéria.