CRIME

Viúva de João Alberto, negro assassinado por seguranças, fecha acordo de indenização

Funcionários terceirizados do Carrefour estão presos e julgamento deve ocorrer no ano que vem

(Foto: Reprodução Twitter)

Milena Alves, viúva de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças terceirizados em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, fechou um acordo de indenização com a empresa na última quinta-feira (27), seis meses após o crime que gerou comoção em todo o país.

O acordo com Milena é o nono fechado entre a companhia e familiares da vítima e foi firmado na Defensoria Pública do Rio Grande Sul. O valor não foi informado. Em abril, a viúva recusou a primeira oferta do Carrefour. A rede de seupermercados já firmou acordos com quatro filhos, a enteada, a neta, a irmã e o pai de João Alberto.

Logo após o crime foram presos os seguranças terceirizados Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, que aguardam julgamento. A previsão é de que aconteça no ano que vem.

Em nota, o Carrefour informou ainda que “disponibilizou, desde novembro, toda assistência financeira e psicológica para a família de João Alberto Freitas, incluindo uma assistente social e os gastos do dia a dia (supermercados, aluguéis, transportes, educação, entre outros)”.

A empresa ressaltou também que “assumiu compromissos públicos para contribuir na capacitação de pessoas negras, na educação, na formação de lideranças, e em startups, com a possibilidade de utilizar a plataforma da empresa. Tudo isso é financiado por meio de um fundo de R$ 40 milhões, criado pela empresa em novembro de 2020″.

— Desde o primeiro momento, nossa principal prioridade foi dar o suporte necessário para os familiares, na parte psicológica e financeira. Conseguimos avançar rapidamente nos acordos com todos os familiares e hoje concluímos o último acordo (proposto) — afirmou João Senise, vice-presidente de RH do Grupo Carrefour Brasil.

‘Nós esperamos justiça’, diz pai de João Alberto Silveira, morto em Carrefour do RS

João Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos, lamentou a morte de seu filho, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado e morto no estacionamento do Carrefour Passo D’Areia, na zona norte de Porto Alegre, na véspera do Dia da Consciência Negra.

“Nós esperamos por Justiça. As únicas coisas que podemos esperar é por Deus e pela justiça. Não há mais o que fazer. Meu filho não vai mais voltar“, disse ao Estadão. Leia na íntegra!