YouTube remove live de Bolsonaro com desinformação sobre urnas
Ataques ao sistema eleitoral foi repetido pelo presidente em encontro com embaixadores
O YouTube removeu uma live de julho de 2021 em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu desinformação e teorias da conspiração contra as urnas eletrônicas. O conteúdo do vídeo foi repetido por Bolsonaro nos novos ataques feitos ao processo eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores ocorrida no Palácio do Planalto na segunda-feira.
“Desde março de 2022, removemos conteúdo com alegações falsas de que as urnas eletrônicas brasileiras foram hackeadas na eleição presidencial de 2018 e de que os votos foram adulterados. Esse é um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições”, afirmou o YouTube sobre a retirada do conteúdo do canal presidencial na plataforma.
Na live derrubada, Bolsonaro difundiu uma série de alegações falsas de fraude nas eleições. Ele afirmava ter “indícios fortíssimos” que colocavam em dúvida os resultados das eleições no país. Além disso, repetia que não tinha “como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas”.
No material, o chefe do Executivo chegou a exibir vídeos que supostamente mostravam eleitores dizendo que votaram nele em 2018, mas que teriam tido os votos anulados pela urna eletrônica.
Após a transmissão do vídeo, no início de agosto de 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou duas medidas contra Bolsonaro. A Corte abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques sem provas e pediu que ele fosse investigado também em um inquérito contra fake news já aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar do YouTube ter anunciado em março deste ano que passaria a proibir conteúdos com alegações de fraude nas eleições de 2018, o vídeo de julho de 2021 seguia no ar até ser derrubado na última segunda-feira.
Mesmo tendo sido derrubado da página oficial do presidente Bolsonaro na plataforma, a mesma live com desinformação sobre as urnas segue no ar em outros canais, como o da TV Brasil, onde tem 1,8 milhão de visualizações.
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