Zenfone 3: uma (re)evolução
Um ano depois do Zenfone 2, a Asus evoluiu significativamente com seu intermediário
Em outubro de 2015, a Asus lançou o Zenfone 2, um aparelho muito bom, mas que sofria em alguns aspectos, como o bloatware da própria Asus e travamentos e outros problemas proporcionados pelo chipset Intel.
Agora, um ano depois, chega o Zenfone 3 com a proposta clara de aparar as arestas do Zenfone 2. Da mesma forma, o novo aparelho traz acertos e erros, mas folgo em dizer que são mais acertos do que erros.
Vale lembrar que o aparelho vem em dois modelos e que não deve ser confundido com o Zenfone 3 Ultra nem com a linha Zenfone 3 Max, que são celulares com propostas completamente diferentes.O aparelho que nós testamos foi o Zenfone 3 de 64 GB de armazenamento, 4 GB de RAM e tela de 5,5”. Vamos lá?
O design do aparelho também é uma evolução em relação ao modelo do ano passado: nada de acabamento de plástico nem de tampa traseira removível. A Asus resolveu misturar o novo acabamento em vidro com o acabamento em alumínio do Zenfone Zoom com uma escolha de design que, hm, lembra muito um certo aparelho da concorrência cujo logotipo é uma maçã.
Sem dúvida, ele ficou muito mais bonito, mas tanto seu design quanto o seu carregador – igual ao do Zenfone 2, porém branco – relembram DEMAIS o iPhone, o que suga a originalidade do modelo. Uma boa escolha foi retornar os botões para a lateral do aparelho (o ligar e desligar do Zenfone 2 ficava em cima) e colocar o logotipo da Asus na parte detrás do corpo.
Uma reclamação constante em todos os modelos Asus permanece: a insistência em ter três botões na frente e não na tela e também no fato dos três permanecerem sem ser luminosos, o que é bem chato se você já está acostumado com aparelhos Motorola, LG ou Samsung.
A nova escolha de design também trouxe outro problema: a estética sacrificou a prática. O celular é muito bonito, mas não se encaixa tão bem nas mãos como o Zenfone 2. Ao longo de um mês de teste, ele quase foi pro chão várias vezes, então talvez não seja um aparelho recomendado para os desastrados.
É importante mencionar que a entrada USB do carregador é do novo modelo C, então seus cabos antigos não serão compatíveis. Outra informação útil é que ele permanece sendo dual-chip. O modelo também é o primeiro Asus com reconhecimento de digital. O leitor fica na parte detrás, o que foi uma ótima escolha de design, facilitando muito na hora de desbloquear. Além disso, o leitor é muito bom: não enfrentamos qualquer problema com ele, sempre reconhecendo a digital cadastrada.
A maior e melhor mudança é, de longe, o seu novo processador Qualcomm octa-core. Usando o Snapdragon 625, o aparelho roda qualquer jogo sem problema algum. Em nossos testes, usamos Final Fantasy IX, Need For Speed, Horizon Chase, Pokémon Go e alguns títulos da franquia Warhammer 40,000 que costumam ser bem pesados e não encontramos nenhuma queda no frame-rate.
Além disso, vale destacar que os 4 GB de RAM continuam fazendo a diferença para com que jogos, apps e vídeos rodem suave. Outra diferença proporcionada pelo novo processador foi uma vida útil maior: a bateria pode durar facilmente quase dois dias com pouco uso e aguenta tranquilamente um dia de uso intenso.
O áudio também melhorou, mas a localização do alto-falante continua problemática. Usando o iTunes, o som ficou alto e claro, sendo uma boa opção para assistir vídeos e ouvir música quando se estiver fora de casa. Porém, a saída de áudio fica embaixo do aparelho, ao lado da USB: na vertical, é difícil não tapá-la e de lado o som fica talvez um pouco direcionado demais.
Outra mudança significativa veio na câmera de 16 MP traseira com estabilizador óptico. As fotos do Zenfone 2 eram boas, mas as do 3 são ainda melhores, pegando emprestado algumas tecnologias do Zenfone Zoom, como o foco laser, que permite um foco mais rápido e fotos mais próximas dos objetos.
Embora o aparelho ainda faça um bom trabalho no modo automático, os modos pouca luz e noturno são os que mais me chamaram a atenção, fazendo fotos muito boas mesmo em ambientes de penumbra profunda, como boates. Ela também faz vídeos em 4K e em câmera lenta, que são adições bem legais.
Outra melhora foi na interface. Embora o teclado da Asus ainda decepcione, o ZenUI melhorou MUITO! A principal melhora foi a redução drástica de bloatware no aparelho, deixando pré-instalados alguns aplicativos extras, mas focando nos mais úteis, como o MiniMovie (editor de vídeo) e o gravador de voz.
Outras bons apps instalados são o WebStorage para backup, o Sharelink para compartilhamentos, e o GameGenie, que otimiza e facilita o compartilhando e transmissão de gameplay de jogos em tempo real através de diversas plataformas online, como o YouTube.
Ah, e se mesmo assim você não quiser nada disso, pela primeira vez a Asus te deixa desinstalar completamente os aplicativos de fábrica, te dando a oportunidade de reduzir o bloatware a quase nada. Você pode até mesmo trocar o ZenUI pelo Google Launcher. Tanta liberdade assim é novidade para a taiwanesa.
Enfim, gostamos muito do aparelho, que transforma o Zenfone 2, que já era bom, em algo muito melhor e claramente mais bem acabado e otimizado. Outra vantagem é que o Zenfone 3 que testamos custa R$ 1799: mais barato que seus concorrentes diretos Moto Z e Moto G de quarta geração. Nós aprovamos.