Assédio

43 pessoas relataram abusos de ex-diretor do Tribunal de Justiça, afirma MP-GO

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (17). O…

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (17). O tema foi a investigação contra a conduta do médico e ex-diretor do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Ricardo Paes Sandré.

O promotores de Justiça informaram que “aproximadamente 43 pessoas” relataram ser vítimas da conduta de Ricardo entre os anos de 2016 e 2018. Duas delas são de assédio sexual e as demais de assédio moral ou abuso de poder. Estiveram presentes na coletiva Carmem Lúcia de Freitas, Geibson Rezende, Juan Abreu, Fabiana Zamalloa e Eduardo Prego.

A investigação está em curo na área cível e não criminal. Isso significa que Ricardo não será indiciado pelo crime de assédio sexual, uma vez que o prazo para as vítimas apresentarem queixa (seis meses) já havia passado.

Por esse motivo, o que está sendo investigada é a conduta do médico no exercício da função no TJ-GO, o que pode configurar improbidade administrativa. Entretanto, não foi descartada a possibilidade de outros crimes serem identificados no curso da investigação.

Foi informado, ainda, que todos os depoimentos foram gravados pelo MP-GO e que estão sendo transcritos para que o investigado seja ouvido.

Abusos e ameaças

De acordo com a promotora Fabiana Zamalloa, vítimas, testemunhas e até os promotores estão sendo processados pelo investigado. “Já foram abertos cinco processos contra mim”, afirmou ela. “Três já foram arquivados”.

O promotor Geibson Rezende afirmou que essa tática tem o objetivo de atrasar as investigações. “Nós passamos quase metade do mês respondendo a esses processos, que não possuem nenhum fundamento”, ressaltou.

Os promotores relataram, ainda, que todas as supostas vítimas de assédio moral, sexual e de abuso de poder são mulheres. O investigado fazia questão, de acordo com os depoimentos colhidos, de falar de suas relações pessoais dentro do MP-GO. Os relatos apontam que Ricardo andava armado e que, em uma reunião, chegou a sacar um revólver e a puxar o gatilho três vezes com a arma descarregada.