Criminalidade

87% dos arrombamentos em escolas municipais de Goiânia são cometidos por ex-alunos

Dentre todos os casos de arrombamentos e vandalismos nas escolas municipais de Goiânia, 87% são…

Dentre todos os casos de arrombamentos e vandalismos nas escolas municipais de Goiânia, 87% são cometidos por alunos ou ex-alunos das instituições, conforme levantamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM), responsável pelo patrulhamento e proteção patrimonial das unidades de ensino do município. Os responsáveis costumam estar familiarizados com os horários e a organização dos locais, o que facilita o crime. O último caso aconteceu na Escola Municipal Donata Monteiro da Motta, no Setor Crimeia Leste, na madrugada desta quarta-feira (28).

Os suspeitos do arrombamento não foram identificados e não foi possível determinar a quantidade de envolvidos. O porta-voz da GCM, Valdson Batista, explicou que o ocorrido na Escola Donata Monteiro se repete muitas vezes, pois os diretores só encontram o local arrombado durante o período de abertura, de manhã, quando os criminosos já fugiriam.

Da Escola Municipal Donata Monteiro da Motta foram levados alimentos e uma bola de vôlei. Os responsáveis pelo arrombamento deixaram também inscrições nas paredes que remetem a uma ala do Comando Vermelho. “Mas nós acreditamos que não haja envolvimento com o grupo, esses jovens fizeram para chamar atenção. Em alguns casos os arrombamentos também são fruto da ação de usuários de droga que usam os objetos roubados como moeda de troca”, esclarece Valdson.

Conforme o porta-voz da GCM, o patrulhamento da guarda nos arredores de escolas municipais é constante. Contudo, como a viatura responsável pelo monitoramento da região onde está localizada a Escola Municipal Donata Monteiro da Motta estava em ronda, não foi possível impedir a ação dos vândalos no local.

Contudo, para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, a proteção das escolas municipais de Goiânia não tem sido efetiva. “Estivemos com o prefeito Iris Rezende no início deste ano para solicitar que a GCM seja colocada de modo mais efetivo no patrulhamento das escolas. Os diretores de escolas estão cansados e desanimados com os casos constantes de arrombamentos e roubos, sendo que em muitas vezes os suspeitos destroem documentos e a estrutura física das unidades”, argumenta.

Segundo Bia, a maior parte destes arrombamentos, roubos e vandalismos acontecem durante fins de semana e feriados prolongados, quando o policiamento escolar fica ainda mais precário. A presidente do Sintego informou que, na ocasião, o prefeito se comprometeu a colocar à disposição da educação uma frota maior de carros da guarda civil.

Símbolos que os responsáveis inscreveram nas paredes e remetem ao Comando Vermelho. (Foto: GCM)

Legislação

Em fevereiro de 2013, durante a administração do Prefeito Paulo Garcia (PT) foi sancionada e publicada no Diário Oficial do Município (DOM) a Lei 9.239, que determina que que escolas, Cmeis, unidades de saúde, secretarias e demais órgãos municipais passem a ser monitorados por meio de câmeras de vídeo nas áreas internas e externas de sua dependência.

Conforme a lei, nos locais monitorados, deve constar um circuito interno de TV, com possibilidade de gravação de imagens das câmeras instaladas. A decisão determina também que avisos sejam afixados nos locais para informar sobre a existência de monitoramento eletrônico.

A publicação do DOM determinou que a lei e seus respectivos artigos entrassem em vigor imediatamente e passasse à execução no prazo de 90 dias. No entanto, segundo Bia, o monitoramento eletrônico das escolas nunca entrou em vigor.

Perguntada, a Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) informou que tanto nos casos de arrombamentos como o que houve na Escola Municipal Donata Monteiro da Motta, como no caso de monitoramento, a responsabilidade fica a cargo da GCM. A pasta afirmou que a lei 9.239 faz parte de uma parceria do município com a guarda e não responde sobre a questão.