95% das informações passadas ao disque-denúncia não ajudaram na captura de Lázaro
Canal foi criado de exclusivamente para auxiliar policiais nas buscas pelo fugitivo
O disque-denúncia criado exclusivamente para reunir informações do paradeiro de Lázaro Barbosa recebeu mais de 5,3 mil contatos durante os 20 dias de caça ao fugitivo. Entretanto, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), 95% dessas ligações não ajudaram à polícia a encontrá-lo. Lázaro acabou morto em um confronto com forças policiais na manhã desta segunda-feira (28).
Além do disque-denúncia, o aplicativo Brasil Mais Seguro também foi disponibilizado para ajudar nos trabalhos. A SSP afirma que foram 6,8 mil downloads registrados, mas nenhum sinal de alerta foi enviado de forma que pudesse contribuir com a captura dele.
Foram 20 dias intensos de trabalho, com muitas informações imprecisas sobre onde Lázaro estava se escondendo. Na última quinta-feira (24), duas pessoas foram presas suspeitas de auxiliarem a fuga. Com a dupla, as equipes apreenderam duas armas de fogo e mais de 50 munições. Um dos equipamentos teria sido roubado em um dos crimes investigados. As detenções foram realizadas em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás. Segundo a apuração, os investigados já teriam tentado retirar o criminoso do perímetro onde ocorrem as buscas.
Ainda segundo a SSP, foram mais de 270 agentes de segurança pública que se envolveram nas buscas. Entre elas, as polícias Civil e Militar de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DF) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO).
Para ajudar na captura, os policiais tiveram apoio de quatro helicópteros e cerca de 10 drones, inclusive com aparelhos com visão noturna e sensor de calor. A força-tarefa também recebeu auxílio do Exército Brasileiro, que disponibilizou rádios comunicadores com alcance de 30 quilômetros.
Lázaro Barbosa era investigado por mais de 30 crimes, cometidos em Goiás, Bahia e Distrito Federal. Ele é suspeito da morte de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal, e do funcionário de uma fazenda no distrito de Girassol, em Goiás. A maioria dos casos é referente a crimes de latrocínio (roubo seguido de morte).
Durante a ação criminosa, Lázaro Barbosa invadiu propriedades rurais da região do entorno, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar. O indivíduo já possui uma condenação por homicídio, no Estado da Bahia e era também procurado por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. Um caseiro – que estaria envolvido na facilitação da fuga de Lázaro – ganhou liberdade na última semana.