E AGORA?

Acidente na BR-153: polícia investiga carga horária de trabalho do motorista do ônibus

A Polícia Civil exigiu que a Real Expresso apresente explicações sobre o acidente envolvendo um…

A Polícia Civil exigiu que a Real Expresso apresente explicações sobre o acidente envolvendo um ônibus da companhia na BR-153, na véspera de Natal (24). De acordo com a Polícia Civil, a empresa deverá apresentar a cartela de horários do motorista do ônibus envolvido no acidente, Edimar Carlos da Mota, bem como explicar quais medidas foram tomadas depois que o condutor informou sobre um suposto problema nos freios do veículo. O Mais Goiás questionou a Real Expresso sobre a carga de trabalho a que se submete Edmar, mas em resposta a empresa divulgou nota que não trata do assunto (veja abaixo, na íntegra). A tragédia matou seis pessoas e feriu outras dezenas de passageiros, em Aparecida de Goiânia.

Segundo a delegada responsável pela investigação, Adriana Fernandes, a cartela de horários ajudará a polícia a entender se o condutor do ônibus estava tendo excesso de carga de trabalho, em especial, durante o turno da noite. Já no que diz respeito à situação dos freios do ôninbus, a delegada busca entender se a mensagem enviada pelo motorista chegou ao conhecimento de funcionários aptos a tomarem providências de segurança.

“Queremos saber se esse grupo é formado apenas por motorista. Tudo leva a crer que é um grupo com outros funcionários da empresa, aptos a tomar as atitudes corretas quando o motorista reclamou dos freios, aptos a interromper a viagem, fazer a troca do ônibus por outro e etc, providências que melhorassem a segurança da viagem”, declarou a investigadora.

O advogado da empresa de ônibus, Jocimar Moreira, disse ao Mais Goiás que a Real Expresso está em situação regular, com veículos vistoriados e cadastrados, dentro do padrão exigido.

Além de problemas com o ônibus, há possibilidade de sinalização precária na rodovia

A investigação também apura se houve sinalização precária na rodovia onde ocorreu o acidente com ônibus da Real Expresso. Segundo a companhia, a sinalização limitava-se à alguns cones muito próximos do local do desvio, o que dificultou a manobra do motorista.

Em depoimento, o condutor do ônibus disse não ter visto a sinalização apropriada, que é aquela que acontece à pelo menos um quilômetro antes do local interditado. Além disso, não conseguiu enxergar os veículos que vinham em direção contrária, como a carreta e o veículo da Triunfo Concebra, com quem colidiu.

“Antes do acidente, como tinha uns 15 dias que não passava aqui, não sabia da interdição. Segui viagem na faixa da esquerda. […]. Do nada só senti tumulto de cone, obra, caminhão parado e não vi sinalização pra trás. Aí senti o impacto. Pela minha experiência, sinalização deve ocorrer a cada quilômetro pra trás da obra e dessa vez não tinha. […]. Quando eu vi já tava em cima. desviei pra direita, que era onde tinha espaço sem gente trabalhando (sic)”, relatou o motorista em vídeo registrado pela Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (Dict).

O que a Real Expresso diz?

A Real Expresso vem à público manifestar seu profundo pesar pelo acidente ocorrido na madrugada (2h) do dia 24/12, na BR 153, próximo à Aparecida de Goiania. O veículo trafegava na linha SP- BRASÍLIA com 49 passageiros. Foram 6 vítimas fatais e os 12 levemente feridos ja estão em suas residências.

A causa do acidente foi a falta de sinalização adequada da pista que encontrava-se bloqueada por conta de um buraco e em meia pista. A sinalização limitava-se à alguns cones muito próximos ao bloqueio sem qualquer informação anterior (200 metros) para o motorista que trafegava na rodovia. A Real Expresso informa ainda que o veículo estava respeitando os limites de tráfego. E o motorista não foi uma das vítimas já tendo recebido alta.

A REAL continua trabalhando em conjunto com as Polícias Rodoviária e Civil para que tudo seja esclarecido o quanto antes esclarecido.

Todos os veículos da empresa, e em especial o veículo envolvido no acidente, são submetidos a um rigoroso programa de inspeção e de manutenção antes de todas as viagens, onde todos os itens de segurança são checados, como sistema de freios, pneus, luzes, sistemas de alarmes e controle de tração e frenagem, e somente são liberados para a viagem depois que a engenharia técnica libera.

O veículo envolvido no acidente não apresentou nenhum problema mecânico ou técnico, e já havia percorrido mais de mil quilômetros desde São Paulo, sem apresentar qualquer problema.