Feminicídio

Acusado de matar a ex-namorada e de ficar foragido por 10 anos vai a júri popular

Família da vítima se diz aliviada com a notícia e espera que a justiça seja feita

Acusado de matar a ex-namorada e de ficar foragido por 10 anos vai a júri popular

Flávio Antônio de Oliveira, acusado de matar a ex-namorada a facadas e que ficou foragido por mais de 10 anos, irá a Júri Popular no próximo dia 5 de fevereiro. Ele foi preso em junho de 2019, no Rio Grande do Norte, e responde pelo crime de homicídio doloso por motivo fútil. O caso será julgado pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara às 8h30, em Goiânia.

O crime foi cometido em outubro de 2008, na Vila Canaã, na capital. Consta no inquérito que o réu premeditou o crime. Ele foi até a casa da vítima, Ariane Irene Lemes Vieira, de 29 anos, e desferiu vários golpes de faca. A vítima, que falava com uma amiga ao telefone, foi pega de surpresa. Ela chegou a ser socorrida e levada ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas não resistiu aos ferimentos.

Em entrevista ao Mais Goiás, Arihellen Aurora Lemes Vieira, irmã da vítima, afirmou a família recebeu a notícia com alívio. “Saber que a data do júri foi marcada nos dá uma sensação de alívio. Temos a esperança de que minha irmã não seja apenas mais uma estatística”.

Arihellen disse também espera que a justiça seja finalmente feita. “Foi uma angústia muito grande esperar por 10 anos para que ele fosse preso. A condenação dele não vai trazer a nossa irmã de volta, mas acreditamos que a justiça vai finalmente acontecer”, concluiu.

Violência contra a mulher

Na época da prisão de Flávio, Arihellen contou com exclusividade ao Mais Goiás que o réu e a vítima terminaram um relacionamento quatro meses antes do crime. Ela disse também que o relacionamento entre a vítima e o suspeito era bastante conturbado. “Era muito estranho. Eles ficaram juntos por cinco anos e nunca tivemos contato com a família dele. Conhecemos só a mãe e um irmão. Ele sempre tinha mistério”.

Ela ainda descreve o ex-namorado da irmã como “bruto e agressivo” e diz que Ariane foi vítima de agressões físicas durante o relacionamento. “Ela sempre tentou terminar mas não conseguia porque ele ‘marcava em cima’. Ele bateu nela várias vezes. Até chegamos a registrar a ocorrência mas não deu em nada. Até que ela decidiu terminar”.

Foragido

Depois de cometer o crime, Flávio fugiu para o município de Ponta Porã (MS) e adotou uma identidade falsa. Depois disso, passou ainda por Recife (PE) e depois para Goianinha (RN), onde foi detido.