Acusado de matar advogados em Goiânia é condenado a 45 anos de prisão
Segundo a denúncia do MP, os assassinatos foram encomendados por Nei Castelli
O tribunal do júri condenou Pedro Henrique Martins Soares, um dos acusados de matar os advogados Marcus Aprigio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes, a 45 anos de prisão em regime fechado. O crime ocorreu dentro do escritório das vítimas, no Setor Aeroporto, em Goiânia, em outubro de 2020, a mando do fazendeiro Nei Castelli, segundo consta nos autos. A decisão cabe recurso.
O julgamento, que foi presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas, teve início por volta das 8h30 de terça-feira (17) e só terminou no começo da noite. Durante a sessão, o Ministério Público requereu a condenação de Pedro Henrique. A defesa, por sua vez, pediu a absolvição do réu com base nas teses de negativa de autoria e, subsidiariamente, a exclusão das qualificadoras.
Após os debates, os jurados reconheceram que os homicídios foram praticados mediante promessa de recompensa e que houve uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. Quanto ao crime de roubo, verificaram que tal crime pode ter ocorrido para ludibriar a hipótese de execução.
Ao todo, quatro réus são acusados do crime. Pedro Henrique foi o primeiro a passar por julgamento.
Relembre o crime
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, os assassinatos foram encomendados por Nei Castelli porque as vítimas venceram uma disputa judicial de reintegração de posse proposta contra a família dele. Com a derrota na Justiça, Nei ficou na incumbência de pagar R$ 4,6 milhões de honorários aos advogados.
O fazendeiro teria ficado inconformado com a condenação e, por interesses patrimoniais, decidiu matar Marcus e Frank como forma de retaliação.
De acordo com os autos, Nei Castelli teria contatado Cosme Lompa para lhe ajudar a contratar os executores Pedro Henrique e Jaberson Gomes, que morreu em confronto com a Polícia.
Hélica Ribeiro, namorada de Pedro, foi quem negociou o valor que seria pago ao namorado e a Jaberson pelas mortes das vítimas.
Execução
Segundo o MP-GO, Nei prometeu R$ 100 mil caso a dupla saísse impune, e R$ 500 mil caso os acusados fossem presos pelos homicídios. Com isso, Pedro Henrique e Jaberson agendaram uma reunião com Marcus Chaves utilizando um nome falso. Ao chegar no escritório, a dupla foi levada à sala de reunião e rendeu o advogado. Sob a mira de um revólver, ele foi obrigado a chamar Frank Alessandro até o local.
Para tentar despistar a causa da morte, os homens chegaram a perguntar às vítimas onde que havia dinheiro. Marcus chegou a dar R$ 2 mil para os criminosos. Porém, Pedro Henrique atirou três vezes contra Marcus e uma vez contra Frank, que morreram na hora.