Tortura

Acusado de matar e torturar criança de seis anos vai a júri popular em Planaltina

O juiz Carlos Gustavo de Morais, da 1ª Vara Criminal de Planaltina (a 259 km…

O juiz Carlos Gustavo de Morais, da 1ª Vara Criminal de Planaltina (a 259 km de Goiânia), decidiu levar a júri popular Bruno Diocleciano da Silva, acusado de torturar e matar uma criança de seis anos e espancar outras três no ano passado. A informação é do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

Na época, Manoel Lopes, vizinho de Bruno, disse que ouviu o choro das crianças, foi à casa do suspeito e perguntou se ele havia batido nas crianças. Bruno teria dito “que eles faziam por merecer”.

O suspeito nega as acusações e diz que a agressão foi praticada pela companheira dele. No entanto, o juiz considera que há indícios suficientes para acusar Bruno, com base no depoimento do vizinho e da conselheira tutelar – que conversou com os irmãos da menina.

O advogado de Bruno tentou desclassificar o homicídio qualificado e tipificá-lo como maus tratos com resultado de morte, mas não teve êxito. O magistrado entendeu que houve “vontade de matar” por parte do acusado. Considerou também como agravante o fato de a vítima falecida ser incapaz de se defender. Por fim, o juiz afirma que não há provas de que Bruno não teve intenção de matar ou torturar as crianças, de acordo com a decisão.

Por conta disso, o acusado será julgado pelo tribunal do júri devido à possibilidade de tortura pela multiplicidade de lesões.

Relembre o caso

O fato aconteceu no dia 29 de maio de 2019. Segundo com o TJ, o réu de 20 anos de idade era companheiro da tia das crianças, que tem 17 anos. O casal tinha a guarda de Sabrina e de três irmãos, cujos pais estavam presos – de acordo com TJ-GO.

“As crianças apanhavam muito dos cuidadores”, disseram os vizinhos ao Ministério Público (MP). No dia do fato, conforme relato do TJ-GO, as crianças foram deixadas sozinhas e trancadas dentro de casa. Com fome, elas fugiram para pedir comida para os vizinhos. Quando o casal voltou, ficou inconformado com a atitude das crianças e as espancou.

De acordo com testemunhas, Sabrina tentou fugir, mas foi puxada pelos cabelos. A denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) informa que ela levou chutes na cabeça e no tórax. Reclamava de muitas dores, mas o acusado não quis levá-la ao hospital porque tinha medo de ser preso.

O Conselho Tutelar foi acionado por vizinhos por conta dos gritos, mas os tios não deixaram o seu representante entrar. Na manhã seguinte, Sabrina, que dormiu no quintal, acordou engasgando e o acusado chegou a ligar pro Corpo de Bombeiros, mas a menina morreu antes de o socorro chegar.

De acordo com TJ-GO, a situação da tia das crianças depende de processo que tramita em segredo de justiça.