Acusado de matar ex-namorada em Goiânia, em 2009, é condenado a 15 anos de prisão
"Jurados decidiram contra as provas dos autos e a defesa irá recorrer", dizem advogadas de Adailson
O tribunal do júri condenou Adailson Alves Cordeiro dos Santos (35), nesta quarta-feira (27), a 15 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado. “Os jurados não acolheram a tese da defesa de negativa de autoria e votaram com o pedido do Ministério Público”, informou o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que presidiu o julgamento.
Consta na sentença que a pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia. Contudo, o texto aponta que o réu “merece aguardar o trânsito em julgado da sentença em liberdade“, uma vez que colaborou com a Justiça e possui endereço certo.
Adailson é acusado de matar a facadas Luciene Santana Alves dos Reis, em 10 de julho de 2009, na casa dela, no Residencial Mansões Paraíso. Segundo Jesseir, o processo demorou a tramitar, pois houve atraso na investigação já que, no primeiro momento, a tese era de latrocínio.
O Mais Goiás entrou em contato com a defesa do réu para comentar a decisão. As advogadas Lívia de Sousa Ledo e Cheila Rampon disseram que recorrerão. “Os jurados decidiram contra as provas dos autos e a defesa irá recorrer.” Vale citar, o julgamento aconteceu no Fórum Cível, localizado no Parque Lozandes, na capital.
Relembre
Consta nos autos que o acusado e vítima tiveram um relacionamento, mas o homem não aceitou o término do namoro. Um dia antes do crime, segundo o inquérito, ele ameaçou a ex-namorada, caso ela não reconsiderasse.
Em depoimento, a irmã da vítima disse que o suspeito era ciumento e sempre brigava com a vítima. Inclusive, a testemunha afirmou que ele chegou a quebrar o celular de Luciene em determinada ocasião.
Ainda conforme o inquérito, no dia do crime, o denunciado foi a uma feria no Jardim Nova Esperança onde comprou uma faca e também luvas. De acordo com a apuração, ele sabia que a casa da ex-namorada ficava trancada. Desta forma, pulou o muro e entrou pela portas dos fundos, que ficava aberta.
Diz o processo que, no local, ele foi até o quarto da vítima, que estava dormindo, e sentou na cama dela, que acordou assustada. Ele, então, teria tapado a boca dela e desferido os golpes de faca no abdômen e no pescoço.
Depois disso, pegou um aparelho de DVD e dois celulares para tentar simular um latrocínio. Em seguida, jogou os itens em uma fossa perto da casa de Luciene. Para o Ministério Público (MP-GO), os depoimentos e laudos que comprovam morte violenta, demonstram a materialidade do crime. Além disso, aponta a qualificadora do recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima, que foi surpreendida pelo suspeito.