Apresentou atestado

Acusado de matar morador de rua, em Goiânia, não comparece e audiência é reagendada

Selmar Pereira é acusado de matar à facadas Danillo, de 19 anos, na porta de uma farmácia, em janeiro deste ano; acusado apresentou atestado alegando estar doente e por isso não poderia comparecer à sessão

O segurança Selmar Pereira é acusado de matar um morador de rua em janeiro de 2019, em Goiânia. (Foto: Reprodução)

O acusado de matar um morador de rua em janeiro deste ano, o segurança Selmar Pereira da Silva, não compareceu à audiência de instrução e julgamento, realizada na tarde desta terça-feira  (6), na 4ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, em Goiânia. Segundo o advogado de acusação, Sandro Lopes, todas as testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas. O defensor do segurança  apresentou um atestado de saúde alegando que o réu não poderia comparecer pois estava doente. Uma nova audiência, apenas para oitiva de Selmar, foi agendada para 18 de dezembro deste ano.

Ainda de acordo com Lopes, esta é a segunda audiência realizada para ouvir as testemunhas. Na primeira, realizada em 9 de setembro, porém, não compareceram todas as testemunhas que haviam sido intimadas e, por isso, uma segunda sessão teve de ser realizada nesta terça-feira. Durante esta audiência, três testemunhas de defesa e cinco de acusação foram ouvidas pelo juiz. O objetivo da acusação é levar o processo à júri popular. Além disso, Lopes irá apresentar um requerimento solicitando a prisão preventiva do réu.

Selmar foi preso em 16 de janeiro deste ano, mas foi solto dois dias depois,  após uma audiência de custódia em que a Justiça entendeu ser ilegal o flagrante registrado contra ele. Desde então, o segurança está solto.  A vítima, Danillo Souza Amaral, de 19 anos, não tinha passagens pela polícia e morava na capital goiana há cerca de um ano. Ele era usuário de drogas e conhecido na região por pedir dinheiro nas imediações da mencionada farmácia.

A família da vítima não compareceu à sessão. Luzia Barbosa Amaral, mãe de Danillo, contou ao Mais Goiás que os parentes ainda estão muito abalados pela morte. Além da perda, a mulher afirma que o fato de o acusado estar solto tem sido motivo de revolta. “Até hoje não aconteceu nada com o responsável pela morte do meu filho. O Danillo não estava matando, não estava roubando. Ele foi morto por estar em situação de rua”, disse.

Para o advogado, o fato de o réu estar solto é um absurdo levando em consideração a gravidade do crime de que é acusado. “A defesa está alegando que Selmar vinha sendo ameaçado por Danillo, mas não há registro de ocorrência sobre o fato, nenhuma prova, só a fala de um policial que disse ter recebido uma ligação do réu em uma das ocasiões e patrulhou as proximidades, mas nada foi registrado a respeito”, declara.

No entanto, câmeras de segurança de uma farmácia registraram o momento em que, sem motivos aparentes, Selmar mata Danillo a facadas, no Setor Universitário. A vítima aguardava uma senhora que havia entrado na farmácia para lhe comprar uma lata de leite em pó.

Lembre o caso

O morador de rua Danillo Souza Amaral foi morto por Selmar Pereira Silva na porta de uma drogaria, na noite do dia 15 de janeiro. O crime aconteceu no Setor Leste Universitário, e foi gravado pelas câmeras de monitoramento do local. O vigia conversou com o morador de rua e pediu para deixasse o local. Após uma discussão, entraram em luta corporal. Após Danillo ser imobilizado, o segurança tirou uma faca da cintura e golpeou o rapaz no peito.

O sepultamento da vítima foi feito na cidade de São Miguel do Araguaia. À época, a avó materna da vítima, Eulina Neris do Amaral, 77 anos, confirmou ao Mais Goiás, que Danillo estava em situação de rua por desemprego.

*Thaynara Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira