EM LIBERDADE

Acusados de matar Lilian deixam penitenciária

As prisões ocorreram no final de maio e no mês de junho deste ano, após cerca de quatro meses do desaparecimento da vítima. Eles foram soltos após Justiça conceder habeas corpus

Os três acusados de matar a goiana Lilian de Oliveira, de 40 anos, foram soltos do presídio onde estavam presos em Aparecida de Goiânia. Uma tornozeleira eletrônica foi instalada na noite de quinta-feira (13) e outras duas devem ser fixadas nesta sexta-feira (14).Os nomes de quem já recebeu o item e quem ainda irá receber não foram divulgados pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).

As prisões ocorreram no final de maio e no mês de junho deste ano, após cerca de quatro meses do desaparecimento da vítima. Segundo as investigações da Polícia Civil (PC), Ronaldo Rodrigues Ferreira foi apontado como amante de Lilian e mandante do crime. Cleonice de Fátima Ferreira, ex-babá da filha da vítima, que teria auxiliado no desaparecimento da mulher para ficar com a criança, e Jucelino Pinto Fonseca apontado como autor do homicídio.

Os acusados foram soltos da prisão após decisão judicial que concedeu habeas corpus aos supostos autores do crime. Eles vão responder em liberdade. Em nota, a DGAP disse que as direções da Casa de Prisão Provisória (CPP) e Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto de Aparecida tomaram as devidas providências em relação ao cumprimento da mencionada decisão.

Defesa

Também por meio de nota, a defesa de Jucelino e Cleonice afirmou que a soltura supera uma “conclusão cruel em relação à superexposição de meros suspeitos”. De acordo com o texto, “todos foram dados como culpados em contexto investigatório, sem qualquer denúncia, sofreram e ainda sofrerão por anos a fio com uma pena social, com a antecipação de culpa, mesmo tratando-se de indivíduos que até então nunca tiveram nada que desabonasse as suas condutas”. Ronaldo e Juscenlino confessaram o crime.

A defesa disse que lamenta o desaparecimento de Lilian e dor dos familiares, mas vê com descontentamento “o cenário instalado onde não se vislumbra qualquer imparcialidade”. Os advogados ressaltam que as investigações persistem, já que não há confissões e o “exame de corpo de delito na caldeira nada constatou”.

O Mais Goiás tenta contato com a família e defesa da vítima. O espaço está aberto para manifestação.

Relembre

Lílian desapareceu no dia 13 de fevereiro ao desembarcar no Aeroporto de Goiânia após voltar de uma viagem para a Colômbia. A última vez que foi vista foi nos registros de uma câmera de segurança, que mostra ela entrando em uma pick-up prata.

Após quatro meses do desaparecimento, a Polícia Civil descobriu que a mulher foi morta supostamente por Jucelino Pinto a mando do amante da vítima, Ronaldo Rodrigues. Ambos confessaram o crime, segundo a Polícia. Vítima teria sido assassinada poucas horas após desembarcar na capital. O corpo foi carbonizado em uma fornalha de um laticínio que pertence ao mandante do assassinato.

Cleonice de Fátima Ferreira também foi presa suspeita de participar do crime. Ela teria convencido Lilian a aceitar carona de Ronaldo quando chegou em Goiânia. As investigações apontaram que a mulher teve envolvimento no caso para ficar com a filha de quatro anos da vítima

Nota do escritório Sifferman & Rocha:

Considerando a expedição de alvará de soltura em favor de Jucelino, Ronaldo e Cleonice, o escritório Siffermann&Rocha vem a público manifestar-se nos seguintes termos. Na data de hoje, com a soltura dos investigados, fica superada uma conclusão cruel em relação a superexposição de meros suspeitos: todos foram dados como culpados em contexto investigatório, sem qualquer denúncia, sofreram e ainda sofrerão por anos a fio com uma pena social, com a antecipação de culpa, mesmo tratando-se de indivíduos que até então nunca tiveram nada que desabonasse as suas condutas.

Por um lado lamentamos profundamente o desaparecimento de Lilian e a dor de seus familiares, mas também há o descontentamento com o cenário instalado onde não se vislumbra qualquer imparcialidade. No caso sob análise, elementos foram selecionados para apontar culpa sem qualquer demonstração de outros tantos indícios, que evidenciam dúvida e inocência.

Até o presente momento podemos afirmar que a versão apresentada como conclusiva pelo órgãos de investigação está isolada das provas que constam nos autos. As investigações persistem e não foram esgotadas. Não há confissões e o exame de corpo de delito na caldeira nada constatou.

Tem-se priorizado uma ribalta que pouco contribui para um devido processo legal e traz à tona sentimentos que não deveriam existir contra meros suspeitos. Todos são inocentes até prova em contrário, assim dispõe a Constituição.

Nota DGAP:

A propósito de solicitação a respeito de três detentos que aguardam tornozeleira eletrônica, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa o que se segue.

– As direções da Casa de Prisão Provisória (CPP) e Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto de Aparecida de Goiânia informam que foram tomadas as devidas providencias em relação ao cumprimento da decisão judicial referente à liberação dos custodiados mencionados pelo veículo de comunicação.

– A Gerência de Monitoração Eletrônica salienta que realiza os devidos procedimentos que visam a instalação de tornozeleiras eletrônicas.

– Uma tornozeleira foi instalada nessa quinta-feira (13/08). Outros dois dos referidos detentos devem se apresentar para receber o aparelho nesta sexta-feira (14/08).