DEPOIMENTO

Adolescente revela que viu vítimas de chacina no DF vendadas e criminosos abrirem covas

O adolescente de 17 anos apreendido por suspeita de envolvimento na chacina no Distrito Federal…

O adolescente de 17 anos apreendido por suspeita de envolvimento na chacina no Distrito Federal que vitimou 10 pessoas da mesma família prestou depoimento à Polícia Civil. Durante a oitiva, disse ter visto quando dois dos executores abriram uma cova na casa que serviu de cativeiro para as vítimas. Ele afirma que ouviu duas mulheres, possivelmente vendadas, conversarem. Uma das vítimas assassinadas, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos, também estaria no local.

O jovem, que mora em Itapoã (Distrito Federal), narrou que conhecia um dos principais executores das vítimas, Carlomam dos Santos Nogueira, há cerca de um ano. Durante o Natal, foi procurado pelo suspeito (preso nesta quarta, 25) para fazer uma mudança e que receberia, em troca dos serviços prestados, R$ 5 mil. Ele alega que acreditava se tratar “uma mudança normal” e que, inicialmente, não tinha noção de que era um crime.

Entre o Natal e o Ano-Novo, o adolescente foi com Carlomam e o segundo preso por envolvimento na chacina, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, até uma chácara no Condomínio Entrelagos. Lá buscaram móveis e os levaram para o cativeiro, em Planaltina. Durante a mudança, o trio usou um Renault Scenic cinza, com engate.

Em relato aos investigadores, o adolescente contou que ficou na casa de Planaltina de um dia para o outro. No local, além do jovem, estavam Horácio, Carlomam e Gideon Batista de Menezes, primeiro preso.

O adolescente também detalhou que sua função no crime era apenas descarregar a mudança e cuidar dos itens. Mas que cabou descobrindo a presença de duas mulheres na casa. Ele não soube dizer os nomes das vítimas, mas acreditava que ambas estavam de olhos vendados, porque escutou uma conversa entre elas. O diálogo dava a entender que Marcos Antônio também estava no imóvel.

Em outro momento, o adolescente afirmou que viu Horácio cavar um buraco. O jovem contou que se assustou e fugiu da casa. Dois dias depois, recebeu R$ 2 mil de Horácio, como pagamento por ter ajudado na mudança.

Semanas depois, a polícia encontrou o corpo de Marcos Antônio esquartejado e enterrado no imóvel, além de três cadáveres em uma cisterna: os de Cláudia Regina Marques de Oliveira, 55; de Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19; e de Thiago Gabriel Belchior, 30.