Advogada morta durante roubo de veículo recebe título póstumo de mestrado, em Goiânia
A advogada Laís Fernanda Araújo, de 30 anos, já estava com seu projeto de mestrado…
A advogada Laís Fernanda Araújo, de 30 anos, já estava com seu projeto de mestrado pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) concluído, quando foi morta em uma tentativa de roubo a carro no dia 10 de maio de 2018. A banca de defesa de pesquisa estava marcada para esta sexta-feira (29). Com o intuito de realizar o sonho de ser mestre, uma amiga de Laís solicitou que o título póstumo fosse entregue à família, o que aconteceu em solenidade realizada no auditório do instituto na manhã desta sexta-feira.
Após autorização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – órgão ligado ao Ministério da Educação, que coordena a expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu no Brasil – o trabalho de Laís foi apresentado à banca pelo docente do IFG e amigo Márcio Rodrigues da Silva Reis. A pesquisa é intitulada Índices e Indicadores Socioeconômicos, Científicos e Tecnológicos como Parâmetros Para Modelo de Previsão e está ligada à Pós-Graduação Profissional em Tecnologia de Processos Sustentáveis do IFG.
A ideia de solicitar à Capes o título póstumo foi da amiga de Laís, a professora universitária Fernanda Nora, que entrou em contato com o orientador do mestrado, Wesley Pacheco. A docente conta que após o contato e autorização do orientador, a família da advogada foi consultada e ficou feliz com a perspectiva.
Apesar de formada em direito, Laís fez um curso técnico na área de saneamento, por isso, como conta Fernanda, surgiu a vontade de elaborar uma pesquisa interdisciplinar que abordasse fatores socioeconômicos ligados à sustentabilidade. Para a docente, o trabalho da advogada pode contribuir para demais pesquisas na área e servir de referencial para outros estudiosos.
Para Fernanda, o título foi imposto para que Laís fosse lembrada além da tragédia. “Ela se empenhou muito. A pesquisa dela é muito importante e precisa ser divulgada porque pode dar possibilidade para outros estudos. É uma forma da gente encerrar essa etapa que era um sonho pra dela”, disse.
O caso
Lais foi morta na noite do último dia 10 de maio, quando procurava uma vaga para estacionar o carro na Rua Teresina, no Setor Alto da Glória. Ela estava estacionando o carro para buscar um amigo quando foi abordada pelos criminosos.
No dia 19 de maio, três pessoas, dentre elas dois menores, foram presos pela Polícia Militar suspeitos de envolvimento na morte de Laís. Os dois adolescentes, de 13 e 17 anos, e uma mulher, Luziane Ramos de Souza , 22, foram localizados em uma residência no Setor Balneário Meia Ponte, na região Norte da capital.
Em vídeo gravado pela PM, o adolescente de 13 confessou ser o o autor dos disparos que mataram a advogada. O menor também assumiu que já esteve apreendido cinco vezes por roubo e uma por receptação. Os suspeitos relataram ainda que pretendiam roubar o carro da advogada, que teria se assustado quando foi abordada.
Agentes do grupo que investiga latrocínios da Delegacia de Investigações Criminais (Deic) prenderam, na tarde desta segunda-feira (21), o quarto e último integrante da quadrilha que matou Laís. Rogério Leandro da Silva teria sido o responsável por levar, em seu veículo Gol, os dois adolescentes e uma mulher de 22 para roubar um carro na região em que a advogada foi morta.