AFIPE

Advogado de padre Robson crê que STJ vai decidir pelo trancamento da ação

“O Tribunal de Justiça de Goiás disse que não tem crime nenhum”, declarou o advogado…

“O Tribunal de Justiça de Goiás disse que não tem crime nenhum”, declarou o advogado de padre Robson de Oliveira, Pedro Paulo de Medeiros. O religioso e mais mais 17 pessoas se tornaram réus por lavagem de dinheiro, organização criminosa e apropriação indébita – dos recursos ofertados pelos fiéis da Associação Filhos do Pai Eterno (AFIPE). A juíza Placidine Pires aceitou, nesta quinta-feira (10), a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Segundo ele, o Ministério Público e a juíza da Vara dos Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais querem iniciar um processo com “base em nada, pois não tem crime nenhum”. Desta forma, ele completa: “Nada mudou. Continuamos tranquilos. Nunca houve ilegalidade.”

Desta forma, como o TJ-GO trancou a ação, a expectativa é que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mantenha trancada.

Denúncia

A denúncia do MP diz que padre Robson, “aproveitando-se de sua oratória e grande carisma”, arrecadou recursos sob o argumento de que o dinheiro seria usado para a construção de uma nova basílica em Trindade. Mas “parte destes valores teria sido utilizada para fins totalmente alheios às finalidades da entidades religiosa, inclusive para o pagamento do despesas pessoais do pároco e para aquisição de imóveis em favor dos familiares dele”.

O Ministério Público também diz que a organização desenvolveu métodos de lavagem de dinheiro para ocultar a e dissimular a origem das quantias desviadas da Afipe. O MP afirma que o padre “determinou a criação, constituição e aquisição de diversas pessoas jurídicas, sempre se valendo do nome de interpostas pessoas – popularmente conhecidas como ‘laranjas’ – para alterar a verdade dos fatos”.

São pessoas jurídicas ligadas ao mercado agropecuário, imobiliário, urbanístico, minerador, hoteleiro, radiofônico e televisivo, por exemplo.

Relembre as acusações contra o Padre Robson

Em agosto deste ano, o Padre Robson, que fundou e mantinha a Associação Filhos do Pai Eterno, Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro, Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro (Afipes), se viu no centro de um escândalo envolvendo denúncias, por parte do Ministério Público, de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal, supostamente cometidos pela diretorias das Afipes por meio de empresas de fachada e laranjas.

Conforme apontado pelo MP-GO na Operação Vendilhõesdoações feitas por fiéis de todo o país para o custeio das atividades da Afipe e para o pagamento das obras e projetos de cunho social realizadas pelas entidades estariam sendo usadas pela diretoria para “o pagamento de despesas pessoais dos investigados e para aquisição de imóveis”. Entre esses imóveis, conforme apurado pelo MP-GO, estariam fazendas e casa de praia, “os quais, a princípio, não se destinam ao atendimento dos seus propósitos religiosos”.

Ainda de acordo com as investigações no âmbito da Operação Vendilhões, os investigados estariam, também, envolvidos em um esquema criminoso criado pelo Padre Robson para desviar verbas da Afipe, com consequente “dissimulação e ocultação dos recursos, por meio de ‘laranjas’ e empresas de ‘fachada’ e, assim, dificultar o rastreamento da origem do dinheiro.