Defesa nega que Padre Robson tenha desviado dinheiro de fiéis
“Nenhum valor de fiéis foi desviado.” É o que garante Pedro Paulo de Medeiros, advogado…
“Nenhum valor de fiéis foi desviado.” É o que garante Pedro Paulo de Medeiros, advogado do padre Robson, investigado na Operação Vendilhões, deflagrada nesta sexta-feira (21). Segundo ele, todas os valores foram aplicados na e pela Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e as negociações foram legais e contabilizadas.
“Os negócios foram feitos para a Afipe gerar lucro e continuar fazendo o que ela faz: são compras e vendas de ativos para a evangelização.” Segundo ele, se o padre Robson tivesse sido chamado antes para depor, tudo seria explicado. “Mas mandaram a polícia, primeiro.”
Questionado sobre os funcionários da Afipe que são ou foram sócios de empresas de comunicação, como Celestina Celis Bueno e Anderson Reiner Fernandes, ele diz que, na prática estas pertencem a Afipe. Que os nomes, estão ali por questão de regulamentação. Vale destacar o que empresário Onivaldo Oliveira Cabriny Costa Júnior, o vice-prefeito de Trindade Gleysson Cabriny de Almeida Costa também fazem parte da sociedade de uma destas empresas. Sobre isso, o advogado diz que aguarda os detalhes da processo para responder a cada questão.
Contudo, ele reforça que estas empresas pertencem a Afipe, assim como Sul Brasil, que teria como sócios Ademar Euclides Monteiro e Marcos Antonio Alberti. Pedro Paulo revela que esta é a atual TV Pai Eterno, que foi negociada por meio de transações imobiliárias. A Afipe teria adiantado, em 2016, conforme notas explicativas de 2018, R$ 67,406 milhões a Sul Brasil.
“As negociações foram feitas para a compra da TV, para construção da Basílica. O padre Robson nunca se apropriou de qualquer real de fiel. Todas as movimentações são declaradas”, reforça.
Valor de transação
Em 2016, a Afipe adquiriu a Fazenda Serenta e Monjolinho, da Agropecuária Nova e Eterna Aliança Ltda. por R$ 6,308 milhões. Três anos depois, vendeu o imóvel para Terra Nobre pelo mesmo valor. Isso teria ocorrido em outras ocasiões.
De acordo com Paulo, essa situação não é tão simples. Envolvem questões de contabilidade e tributária. “Várias coisas incidem. O mais importante é que a venda foi comunicada pela própria Afipe, não houve desvio.”
Caso de extorsão
Uma das pessoas de confiança do padre Robson, que também aparece no relatório da juíza Placidina Pires é Rouane Carolina Azevedo Martins. Segundo o documento, trata-se do “braço direito” do religioso. Ela é funcionária da Afipe e possui procuração para atuar em nome das associações, com poderes específicos para movimentações bancárias, tendo, inclusive, participação ativa nos pagamentos feito pelas associações, à época do processo de extorsão sofrido pelo padre Robson, há cerca de dois anos.
Pedro prefere não comentar esta situação. Segundo ele, outro advogado participou daquele processo. “Não me sinto à vontade para responder, pois não acompanhei o caso.”
Por fim, ele afirma que o padre Robson não tem nada a esconder e que dará todas as explicações para justiça e imprensa, enquanto se inteira dos acontecimentos.
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