ANÁLISE

Advogado vê falsa comunicação de crime, peculato e prevaricação no caso da perita de Caldas Novas (GO)

A perita criminal e chefe do Núcleo de Polícia Científica de Caldas Novas, Káthia Mendes,…

A perita criminal e chefe do Núcleo de Polícia Científica de Caldas Novas, Káthia Mendes, que forjou uma tentativa de homicídio contra si com ajuda de um comparsa, deve responder criminalmente por falsa comunicação de crime. A informação é do advogado criminalista Pedro Paulo de Medeiros, que também avalia que o comparsa poderá responder por lesão corporal grave com uso de arma de fogo, uma vez que ele efetuou o disparo no peito da mulher a pedido dela, segundo a Polícia Civil.

Previsto, no no artigo 340 do Código Penal, a comunicação falsa de crime prevê pena de até 6 meses de detenção e multa. Nela, o criminoso, por meio de mentira, movimenta vários órgãos do Estado para investigar um crime que não existiu. Já lesão corporal está no artigo 129 do Código Penal e prevê detenção de três meses a um ano.

Pedro Paulo também avalia a possibilidade dos crimes de prevaricação (319 do CP) e peculato-uso (312 do CP), uma vez que utilizaram equipamentos públicos, como a arma.

Mais cedo, a Polícia Técnico-Científica (SPTC) informou ao Mais Goiás, por nota, que a perita criminal Káthia Mendes vai responder criminal e administrativamente por seus atos, podendo perder o emprego e até ser presa. A posição vem após a Polícia Civil (PC) concluir que a mulher planejou o próprio atentado com a ajuda de um comparsa, que também irá responder. Ambos confessaram.

Vale lembrar, a perita criminal foi baleada no peito em Caldas Novas, na noite de quinta-feira. Ela estava em seu carro no momento em que foi atingida, segundo a Superintendência da PTC. Bombeiros foram acionados para prestar os primeiros socorros e encaminharam a Káthia consciente para atendimento hospitalar em local não revelado. De acordo com a SPTC, ela passou por cirurgia e não corre risco de morte.

Investigação

Segundo a polícia, um ex-servidor que trabalhava com a perita disse que foi responsável por atirar contra a mulher a pedido dela. Conforme nota divulgada neste sábado (12), o homem informou que retornou ao posto da SPTC em Caldas Novas, onde, no dia seguinte ao atentado, guardou a arma no mesmo armário com as chaves fornecidas pela perita.

“A arma foi apreendida pelas equipes da Polícia Civil no local por ele indicado, dentro do Posto de Atendimento da SPTC em Caldas Novas, que era coordenado pela perita.” A perita, além de confessar, apresentou mais detalhes da ação, segundo a polícia. O inquérito policial será finalizado e encaminhado ao Judiciário.

Ao Mais Goiás, a polícia informou que ela planejou o ataque contra si mesma para conseguir um reposicionamento dentro da instituição. “Mais detalhes sobre isso serão informados em momento oportuno pela autoridade policial.”