BOCA SUJA

Advogado xinga juiz em apelação depois de ser demitido de cargo público em Goiânia

O advogado, que é o próprio autor da ação, solicita reintegração a um cargo público

Maioria dos cursos de direito não aprova nem 30% dos alunos na OAB (Foto: Reprodução/Freepik)

Acórdãos, sentenças, embargos, liminares. Esses trâmites são comuns e fazem parte do cotidiano de operadores do direito. Entretanto, um caso em específico chama a atenção pela peculiaridade da apelação. Um homem, com as iniciais L.B.C., chamou o juiz de “escrotíssimo, sociopata e desgraçado” logo no início do documento.

No processo em questão, o autor, que é advogado e fez a própria defesa, solicitou a reintegração dele ao quadro de funcionários do Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia. Com uma série de documentos em anexo, ele alegou ter sofrido desvio de função e, ao se negar a desempenhar atividades que não eram da sua atribuição, sofreu assédio moral e perseguição até ser exonerado.

A justiça, entretanto, negou o pedido dele, afirmando que as alegações feitas não puderam ser comprovadas através dos documentos apresentados.

Na apelação, L.B.C xingou o juiz de “escrotíssimo, sociopata e desgraçado” na primeira linha do documento. Em seguida, chamou o magistrado de corrupto. “Venho desrespeitosamente (porque corrupto não merece respeito) perante vossa excelência, um juiz corrupto, sociopata e sem vergonha na cara, apresentar recurso de apelação”.

O autor afirma ainda que o processo é fraudulento e uma “esculhambação. “Esse processo aqui é uma fraude. É um processo fake. Processo kafkiano pra quem sabe o que isso significa. Pura esculhambação patrocinada pelos seguintes magistrados, um mais malandro que o outro”

A seguir, cita outros magistrados envolvidos no processo, se referindo a eles como “pilantras”. Além disso, afirmou que eles cometeram os crimes de prevaricação, falsidade ideológica, calúnia, difamação, abuso de poder, condescendência criminosa e formação de quadrilha.

Em outro trecho do documento, L.B.C alega que as decisões não foram fundamentadas e que os juízes envolvidos não querem que ele retorne ao seu emprego. “Por motivos obscuros eles têm interesse que eu não retorne ao cargo para o qual fui aprovado em concurso público. Venda de decisão judicial? Compadrio? Não sei e pra mim não importa”.

Apesar da apelação, o documento ainda não foi deferido. Depois dele, diversos desembargadores se declararam suspeitos para o julgamento por razões de foro íntimo e o processo ainda está em fase de recurso.