Advogados e sindicalistas são investigados por fraudes de R$ 4 mi em aposentadorias de Goiás
Até o momento, estima-se que o grupo criminoso já tenha causado um prejuízo de até R$ 4,1 milhões aos cofres públicos
Dois advogados e dois presidentes de sindicato são investigados por fraude em aposentadorias de Goiás. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Goiânia, Fazenda Nova e Jussara.
O grupo pode ter provocado prejuízo de R$ 4,1 milhões aos cofres públicos, segundo apurações da Polícia Federal (PF). Envolvidos podem responder por organização criminosa, estelionato contra o INSS, corrupção ativa e passiva.
A corporação investiga o assunto desde 2019. Conjunto probatório recolhido até o momento indica que os golpes se concentram em benefícios de aposentadoria por idade, pensão por morte, auxílio reclusão e salário maternidade.
As fraudes consistiam, principalmente, em adulterações de documentos por parte de procuradores e do Sindicato de Trabalhadores na Agricultura Familiar de Fazenda Nova e região.
Como funciona o esquema de fraude em aposentadoria em Goiás?
Apuração aponta que o grupo criminoso contava com um apoio de um servidor para furar a fila virtual da recepção da aposentaria. Assim, o grupo recebia a concessão do benefício de maneira mais rápida. Além disso, quando as digitalizações dos documentos passaram a ser exigidas, essas não eram realizadas.
Nos casos de auxilio reclusão, por exemplo, a polícia afirma que encontrou adulterações de certidões carcerárias. Ou ainda, concessões para pessoas que não estavam presas. Para os casos de pensão por morte, grande parte dos benefícios tinha retroações das datas de início, gerando pagamentos atrasados com valores vultosos.
Qual o prejuízo causado?
Estima-se que em apenas 21 dos benefícios obtidos fraudulentamente, analisados durante as investigações, a atividade criminosa tenha provocado um prejuízo de mais de 1 milhão de reais aos cofres públicos.
No entanto, se analisado a economia proporcionada, considerando a expectativa de sobrevida projetada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o prejuízo chega a pelo menos R$ 4,1 milhões, que seriam desembolsados em pagamentos futuros aos beneficiários.
*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.