Agente da Polícia Civil é preso durante negociação de venda de arma e munições de uso restrito em Goiânia
Homem que veio de Catalão apenas para comprar pistola com kit rajada e mais de 800 munições de fuzil disse que policial cobrou R$1 mil para fazer a segurança durante a comercialização do material bélico
Um agente da Polícia Civil de Goiás, lotado atualmente no Grupo Anti Sequestro (GAS) da Delegacia Estadual de investigações Criminais (Deic), foi preso na manhã desta quarta-feira (8) pela Polícia Militar, em Goiânia, suspeito de vender armas e munições de uso restrito para criminosos. Durante abordagem ao agente e a um homem que confessou ter vindo de Catalão exclusivamente para comprar o material bélico, os PMs encontraram quase 900 munições de fuzil, além de uma pistola de uso restrito, equipada com kit rajada.
A equipe do 42º BPM chegou até uma lanchonete que fica ao lado de um shopping no Jardim Goiás, após uma denúncia anônima relatar que, naquele local, estaria acontecendo uma grande negociação de armas e munições. Abordado quando tentava deixar o local em um veículo Fox branco com placas de Catalão, Vinícus Migliori Sartori, de 44 anos, foi flagrado com uma pistola calibre nove milímetros equipada com kit rajada, além de um kit Roni, dispositivo que transforma a arma em uma submetralhadora.
Em uma mochila que estava dentro do carro dele, os PMs apreenderam 696 munições para fuzil calibre 5.56, 181 munições para fuzil calibre 7.62, e 10 munições de pistola calibre nove milímetros. Para os policiais militares, Vinícius contou que veio de Catalão para Goiânia na noite de ontem exclusivamente para comprar a arma, os kits, e as munições.
No estacionamento da mesma lanchonete, os PMs abordaram também o agente da Polícia Civil Waldiredson José Ribeiro, de 40 anos, que estava em um veículo Ônix branco com uma pistola, munições, carregadores, e coletes pertencentes a Polícia Civil, mas que estavam acautelados em nome dele. Durante a abordagem, o agente ficou em silêncio, mas Vinícius contou para os policiais militares que havia dormido na casa de Waldiredson e que estava ali para entregar R$ 1 mil que o policial civil teria cobrado para fazer a segurança durante a negociação da compra das munições e da arma.
Apesar de confessar ter pago R$ 39 mil pela compra da pistola, dos dois kits, e das munições, Vinícius não relatou quem seria o vendedor, e se negou a confirmar se o material bélico havia sido repassado pelo agente. Waldiredson foi autuado em flagrante na Corregedoria da Polícia Civil por porte de arma de fogo de uso restrito.
Por meio de nota, a Diretoria da Polícia Civil confirmou a prisão do agente, disse que o caso já está sendo acompanhado pela corregedoria e informou que não repassará outros detalhes porque a investigação corre sob sigilo. Já Vinícius Sartori foi autuado em flagrante pelo porte de fogo e de munições de uso restrito