Agressão na penitenciária

Agentes punem detentos com “corredor polonês” no Complexo Prisional de Aparecida

Ilegalidade foi denunciada por associação de advogados criminalistas. Ação, de acordo com familiares dos detentos, seria resposta à fuga de 24 presos da unidade, no último dia 23 de abril. Confira o vídeo

Representantes da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas Goiás (Abracrim-GO) denunciaram às autoridades, nesta quinta-feira (2), que agentes prisionais estariam fazendo “corredor polonês” com os detentos – forma de castigo em que um indivíduo corre entre duas fileiras de pessoas que o agridem – no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região Metropolitana da capital. Ação, de acordo com familiares dos reeducandos, seria resposta à fuga de 24 presos da unidade, no último dia 23 de abril.

No documento enviado à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), a entidade anexou um vídeo que registra as agressões. Nas imagens, é possível observar os presos de cabeça baixa e enfileirados de um lado. Do outro, estão cerca de cinco agentes prisionais que agridem os detentos com um cassetete à medida em que correm em direção a uma porta. De acordo com a denúncia, os fatos são graves por ferir da pessoa humana, além de infringir outros direitos elementares dos reclusos.

Para o presidente da Abrancrim, Alex Neder, tais ocorrências incrementam a revolta dos presos e aumentam a possibilidade de rebelião no local. “Essa agressão é um absurdo. Isso foi o que recebemos, mas e o que não chega ao nosso conhecimento? O que pode estar acontecendo lá dentro?”, questionou.

A entidade cobra a apuração do caso. “Nosso documento pede providências o mais rápido possível. Esperamos que a situação seja solucionada e que os autores sejam identificados. Além disso, pedimos medidas urgentes para coibir que a prática não se repita”, afirma o advogado.

Denúncia formalizada pela Abracrim (Foto: divulgação/Abracrim)

O promotor Marcelo Celestino, com atuação difusa na Execução Penal, requisitou abertura de inquérito na Polícia Civil para apurar a denúncia. Em nota, a direção da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia informou que já estão sendo tomadas as providências para apuração dos fatos constantes do vídeo e que o fato será comunicado à autoridade policial competente para investigação criminal.