FARC

Agiota colombiano é preso por extorquir e ameaçar de morte família de devedora

Estrangeiro compõe grupo supostamente ligado às Farc. Segundo delegada, na negativa do pagamento, homem afirmava que patrão guerrilheiro mataria quem não quitasse seus débitos

A Polícia Civil (PC) está investigando um grupo de agiotas colombianos que após emprestarem dinheiro ameaçam as vítimas que se negam a pagar juros diários e abusivos. Suspeito de integrar a quadrilha, Andréas Osório Agudela, de 27 anos, foi preso em flagrante no momento em que extorquia uma mulher que já havia lhe pago mais de R$ 10 mil, quantia referente a um empréstimo de R$ 1,6 mil. Segundo a polícia, na negativa de quitação do débito, o homem ameaçava de morte toda a família do devedor, alegando que seu chefe era um guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o qual já foi dissolvido.

De acordo com a titular da 23ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia, Érica Botrel, a primeira coisa que eles exigiam para realização de empréstimo era um comprovante de endereço. “Depois de um certo tempo, quando a dívida acumulava e os contratantes não pagavam os juros diários que eles determinavam, falavam que o chefe deles, que seria um guerrilheiro colombiano, mandaria matar toda a família do devedor, já que sabia onde eles moravam”, relatou a titular da 23ª DP.

Quando foi preso, Andréas estava com R$ 400 (Foto: divulgação/Polícia Civil)

A única vítima que registrou queixa na polícia até agora contou ter pago quase dez o valor emprestado. “Essa senhora que aqui esteve pegou R$ 1,6 mil e, como atrasou um pagamento, foi obrigada a dar, por dia, R$ 600 para a quadrilha. O que esse pessoal está praticando, além da agiotagem, que também é ilegal, é crime de extorsão, que tem pena prevista de quatro até 10 anos de prisão”, pontuou.

No celular e documentos apreendidos com Andréas, a polícia encontrou dados de 58 pessoas que teriam pego dinheiro emprestado com eles. “As investigações começaram ontem, mas até pelo relato dessa vítima, de que o Andréas sempre estava acompanhado de um ou mais homens, nós temos certeza de que essa quadrilha tem mais membros e também de que outras pessoas aparecerão para denunciá-los”, concluiu Érica Botrel. Andréas Osório, que quando foi preso estava com R$ 400 no bolso, foi autuado por extorsão.