Escolas particulares de Goiás querem ajuda do governo para não ir à falência
Flávio Roberto pontua que colégios estão ofertando descontos de até 70% nas mensalidades; educação infantil é a mais prejudicada
As escolas particulares de Goiás querem que os governos federal, estadual e municipal liberem auxílio financeiro para que as famílias tenham desconto no valor das mensalidades.
“Aguardamos uma ajuda do governo federal, estadual e municipal. Um novo Fies para ajudar as famílias”, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiás (Sepe-GO), Flávio Roberto de Castro.
Flávio afirma que o ensino infantil é que está sendo mais afetado pela crise. Dos 526 estabelecimentos com autorização para receberem alunos de 0 a 6 anos, são 400 escolas de pequeno porte – que têm entre 100 a 200 alunos e que cobram mensalidades que variam de R$ 200 a R$ 400.
“Esses estabelecimentos ofereceram descontos de 70% na mensalidade de julho. Mas, com a proibição das aulas presenciais desde o início da pandemia, acaba se tornando necessário a mediação de uma pessoa em casa. E os pais nem sempre podem. Por isso, cerca de 90% dos pais tiraram as crianças da escola”, explica Flávio.
O presidente diz que esse desconto não dá para ser concedido todos os meses do ano. Por isso, o também presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE-GO), destaca que a inadimplência aumentou em 50%. “É uma série de fatores que levam os pais a não conseguirem pagar. As escolas estão melhorando o serviço entregado, mas ainda não temos a previsão de quando vamos voltar. Apesar disso, muitas escolas estão passando por dificuldades financeiras e não estão dando conta de arcar nem com contas de água e energia”.
Flávio ressalta que o ano letivo não foi perdido pois, até o final de dezembro, serão concluídas as 800 horas-aula previstas no cronograma. Quando as aulas presenciais voltarem a acontecer – que ainda não se sabe quando – as escolas avaliarão o quanto os alunos conseguiram absorver do conteúdo. Caso o resultado será insatisfatório, haverá aulas de reforço. Flávio diz que o segmento teme o fechamento de escolas.
“No início, as famílias tinham receio das aulas remotas. Hoje, aprovam. Porém, o retorno ainda é incerto porque tem a doença é nova e ainda é complexo explicar isso para crianças. Estamos analisando como está funcionando o retorno das aulas em outros países e até cidades brasileiras, pois, mesmo seguindo os protocolos, precisamos dar segurança para os alunos, professores e colaboradores”, afirma.
Diretor do Colégio Unus, Rodrigo Rodrigues diz que o seu estabelecimento concede descontos, que variam de 30% a 70%, desde abril para evitar evasão de alunos. “No ensino fundamental e médio não tivemos muitas evasões. Eu não acredito que as aulas voltam antes de uma vacina. Se isso acontecer, teremos que seguir uma série de protocolos, que não vejo como gasto, mas será financeiramente pesado para colégios voltados para educação infantil. Tem algumas que já não têm mais alunos e correm o risco de fecharem”.