Ahpaceg volta atrás e diz que não há falta de leitos de UTI na rede privada
Depois de afirmar que hospitais privados de Goiânia estavam sem leitos de UTI para casos…
Depois de afirmar que hospitais privados de Goiânia estavam sem leitos de UTI para casos suspeitos de covid-19, o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, disse que não há falta de vagas para casos suspeitos do novo coronavírus nas unidades filiadas. Segundo ele, houve um “problema pontual”, com déficit em apenas um hospital.
No dia 13 de maio, a Associação emitiu nota à imprensa para afirmar que 80% dos leitos de UTI na rede privada estavam desocupados. Porém, na última quarta-feira (20), Haikal teve um áudio vazado e confirmou em entrevista ao Mais Goiás que os hospitais particulares não possuíam mais nenhum leito disponível para pacientes suspeitos da covid-19. As vagas para casos já confirmados eram poucas, disse.
Um dia após a declaração, no entanto, a Ahpaceg convocou entrevista coletiva por videoconferência e o presidente da associação informou que a rede privada não está lotada. A falta de um leito específico, segundo a entidade, ocorreu em apenas um hospital.
“Faltou um leito específico, que é de observação de pacientes suspeitos de covid-19 e não podem ficar no mesmo local em que há casos já confirmados. Isso foi temporal. Aconteceu ontem (quarta-feira). Às 16h daquele dia faltou leitos para pacientes graves para observação e diagnóstico. Um dos nossos hospitais lotou e, naquele momento, não conseguimos vaga para transferir. A rede não colapsou em momento algum. Temos vagas para pacientes com e sem covid-19”, afirmou.
De acordo com Helou, a rede privada possui 500 leitos de UTI, sendo que 100 deles são específicos para o tratamento de pacientes com coronavírus. Na quinta-feira (21), conforme boletim da Associação, a rede privada possuía 25 pessoas internadas com suspeita de covid-19 e outras 37 que testaram positivo para a doença.
Ainda segundo o boletim, há 31 pacientes nos leitos de UTI dos hospitais privados. A associação não informou, porém, quantos deles já testaram positivo e quais ainda aguardam pelo resultado do exame.
Preocupação
Durante a entrevista, Helou afirmou que a rede privada não está lotada, mas disse que, com a falta de isolamento social como tem ocorrido nos últimos dias, há risco de lotação. “Com o número de pessoas que nos procuram e o agravamento dos casos como tem ocorrido, não vai demorar para que a rede lote”.
Segundo ele, a Ahpaceg manteve, durante cerca de cinco semanas, média de 50 pacientes internados com coronavírus. No entanto, nos últimos dias houve aumento substancial. No dia 19 de maio, havia 58 pessoas contaminadas e internadas em UTI e enfermarias. O número aumentou para 71 dois dias depois.
“Se as pessoas não respeitarem as regras básicas de higiene, se o isolamento social acabar, nós provavelmente teremos uma conversa diferente daqui a 10 dias. Houve aumento de casos na capital e em todo o Estado. Hospitais privados que não atendiam nenhum paciente com covid-19 passaram a atender 15, 20 pessoas por dia”.