Ainda em nível 2, Estado se prepara para enfrentar até nível 4 da pandemia: quando há mais de mil casos
"Precisamos agir antes, do ponto de vista de gestão, para que tenhamos mais leitos disponíveis, para quando tiver um quantitativo aumentado", afirma SES
Do nível 0 ao 4 se define a situação do Estado em relação à pandemia do novo coronavírus. O mais brando deles, o 0, é para quando há casos suspeitos sem confirmação; no 1, até 100 casos confirmados; 2, de 101 a 500; 3, de 501 a 1.000; e 4 acima de mil. Goiás, está no 2, com 133 casos, conforme informações do site Covid Saúde. As medidas, porém, já são tomadas com pensamento na última fase, conforme informado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO). “Isso se faz necessário, porque o acréscimo de casos se dá de forma exponencial, aumenta muito rápido, e as ações de gestão não são exponenciais”, informa o secretário Ismael Alexandrino, por meio da assessoria.
Desta forma, o secretário, ainda por meio da assessoria, informa que o comportamento do Estado, como se estivesse no nível 4, se justifica pela velocidade de aumento dos casos. “Então, nós precisamos agir antes, do ponto de vista de gestão, para que tenhamos mais leitos disponíveis, para quando tiver um quantitativo aumentado, compatível com o nível 4, também tenhamos os leitos em número compatível com o nível 4”.
Vale destacar que as medidas do nível 4 são: decretar estado de emergência; suspender todas as cirurgias eletivas programadas; suspender eventos com aglomerações; disponibilizar leitos extras em UTI caso necessário; e acionar o plano de emergência dos hospitais. Só para deixar claro as medidas de cada Nível estão expostas no Plano Estadual de Contingência para o Enfrentamento da Doença pelo Coronavírus 2019 (Covid-19), da SES-GO.
No 0, “os casos suspeitos serão encaminhados para avaliação no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) através dos complexos reguladores”; no 1, destina-se dez leitos de enfermaria (em isolamento) e dez de UTI em hospitais no Estado; no 2, o número sobe para 20 leitos de enfermaria (UTI continua em dez); e no 3, são reservados 50 leitos de UTI, bem como um número não especificado de leitos de enfermaria e o início da suspensão de cirurgias eletivas. “As ações estão em consonância com as orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. E o atual cenário epidemiológico da doença requer avaliação constante da Rede de Atenção à Doenças Infectocontagiosas em todos os componentes”, relata o Plano Estadual de Contingência para o Enfrentamento da Covid-19.
Goiânia
Na capital, o médico Sérgio Nakamura, da área de saúde pública do município, ajudou a criar as ações do Plano de Contingência da Secretaria Municipal de Saúde. “Antes do primeiro caso em Goiânia, a cidade começou a capacitação dos profissionais na questão do uso de equipamento de proteção individual (EPI), identificação de casos suspeitos e medidas de prevenção”, explanou.
Ele também apontou que, tão logo a cidade foi acometida pelo vírus, foi iniciado o atendimento humanizado via telefone em três níveis para a população: técnico em enfermagem, enfermeiro e médico. “Tiram dúvidas sobre prevenção, sintomas e orienta se precisa ou não sair de casa. Se precisar, indicam o local mais adequado”, revela.
Ele ainda relata que a cidade, além das ações de vigilância epidemiológica, foi implantado o sistema de Telemedicina, com a Teleconsulta sendo iniciada até a próxima semana. “A Telemedicina já dá apoio aos profissionais [de saúde], dano uma segunda opinião. Se o médico tem dúvida, ele, via Telemedicina, consegue o suporte de infectologistas o intensivistas”, explicita.
Reforço
De acordo com Sérgio, foram realizadas ações de reforço nas unidades de atenção básica. “Todas funcionando, sem intervalo, de 7h às 19h.” Algumas até às 22h, segundo ele. “Reorientamos os atendimentos para privilegiar os sintomáticos respiratórios”, continua.
O médico lembra, também, que a primeira Maternidade Célia Câmara (Maternidade Oeste) foi inaugurada na segunda-feira (6) e reservada a atender pacientes da Covid-19. Ele também cita parcerias com o Hospital das Clínicas, que já possui cerca de 20 leitos de UTI e que foi disponibilizado antes da Maternidade Oeste.
Além disso, ele informa que o plano do município prevê a abertura de mais leitos à medida que o número de casos for evoluindo. “A regulação da Covid-19 em Goiânia é feita pelo município. Quando precisamos, encaminhamos para o Hospital das Clínicas, para Maternidade Célia Câmara ou, ainda, para o Hospital de Campanha”, resumiu.