SENTIMENTO

“Alívio e confiança no processo legal”, dizem vítimas de lutador suspeito de abusos em Goiânia

"Ver o acusado assumir a responsabilidade perante a lei é um passo importante para garantir que ele responda pelos crimes cometidos", afirma o advogado das mulheres

A prisão do lutador de jiu-jítsu Tiago Gomes de Oliveira, de 41 anos, suspeito de estuprar e ameaçar mulheres, gerou “alívio e renovação da confiança no processo legal”. Advogado das vítimas, Rodrigo Faustino disse ao Mais Goiás, nesta terça-feira (30), que este é o sentimento das mulheres.

Tiago se apresentou na delegacia e teve a prisão mantida na noite de segunda-feira (29), em Goiânia. A informação foi confirmada por Alex Tavares, advogado do lutador. “Ele se apresentou demonstrando que está cooperando devidamente com a justiça e não vai se furtar de comparecer ao processo, não causando nenhum problema a ordem pública”, informou o defensor.

Tiago ainda deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira (30). Na quinta-feira (25), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) revogou a liminar que soltou o lutador. Ele havia sido preso em 7 de abril, mas foi liberado dois dias depois. Alex também informou na data que a defesa já tinha recorrido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e aguarda a “decisão da liminar que provavelmente irá suspender a decisão que cassou a liminar”.

Mas de volta ao advogado das vítimas, ele afirma que “ver o acusado assumir a responsabilidade perante a lei é um passo importante para garantir que ele responda pelos crimes cometidos”. Ainda segundo ele, “este é um momento de reflexão sobre a importância do sistema judiciário em proteger os direitos das vítimas e em punir aqueles que cometem atos de violência”.

Prisão

Tiago foi preso durante um campeonato, em 7 de abril, mas conseguiu um habeas corpus e passou a responder pelo processo em liberdade dois dias depois. À época, as vítimas do lutador de jiu-jitsu expressaram preocupação após a soltura do homem. “Ele falava comigo como se eu fosse presa dele.”

O pedido de habeas corpus foi solicitado pela defesa do suspeito e atendido pelo desembargador plantonista Adegmar José Ferreira. O magistrado entendeu que a prisão ocorreu de forma ilegal, uma vez que a audiência de custódia aconteceu “sem um parecer do Ministério Público de Goiás (MPGO)”. O MP, porém, contestou a informação naquele momento e forçou que participou da sessão.

Denúncias

Tiago é suspeito de, pelo menos, oito crimes contra ex-namoradas. Ele foi preso por supostamente ameaçar de morte a ex e o atual noivo dela na frente de várias pessoas, bem como praticar injúrias contra a mulher.

A vítima estava no local com o atual companheiro, que também é lutador. As perseguições e ameaças já ocorriam há um mês, segundo a mulher.

Detido, ele passou por audiência de custódia e a juíza Lorena Prudente Mendes manteve a prisão preventiva. Dois dias depois ele foi solto por liminar pelo desembargador plantonista Adegmar José Ferreira.

Além desta vítima, outras duas mulheres que já se relacionaram com o suspeito o denunciaram por crimes de violência doméstica, alguns dias antes da prisão.

Mensagens divulgadas mostravam conversas agressivas do investigado. “Aprende uma coisa: eu sou psicopata! Se estiver vivo ou morto, para mim é irrelevante”, disse em uma delas.