Alunos cobram validade na votação para o cargo de diretor da Eseffego, em Goiânia
Alunos alegam que o segundo colocado foi indicado para assumir o cargo e vai contra a votação realizada na universidade
A votação para a direção do campus da Eseffego da Universidade Estadual de Goiás (UFG) se tornou uma polêmica após o candidato Wilmont de Moura, que foi eleito pelo voto de alunos e funcionários da instituição, não assumir o cargo. Na ocasião, o segundo colocado, Marcus Jary, escolhido pelo governador, foi designado para a função e contraria o que havia sido afirmado pela campanha.
De acordo com representante do Centro Acadêmico de Educação Física, Gabrielly Ferreira, o decisão do governador não respeitou a vontade dos alunos e dos funcionários do campus. Segundo ela, todos estão se sentindo “lesados e revoltados”. “Se ele (governador) iria eleger alguém direto, não precisaria de toda a mobilização que teve. Isso trouxe indignações, até quem participou do processo da votação, que sentiram que sua mão de obra foi em vão.”
A estudante explica que os três candidatos que concorreram tiveram um mês para apresentar suas propostas para os alunos, corpo docente e funcionários da universidade. Antes da eleição, o Centro Acadêmico de Educação Física e Fisioterapia realizaram um debate onde foram discutidos pontos importantes.
“Antes do debate, os candidatos se comprometeram em um acordo de honra que, se fossem indicados pelo governador, eles não assumiriam o cargo. No debate, esse compromisso foi reafirmado na frente de todos e queremos que ele seja cumprido”, destaca Gabrielly.
Algumas faixas com sinalização de uma possível paralisação já estão posicionadas nas entradas dos estacionamento do campus e até uma petição online está sendo assinada para que Wilmont assuma o cargo. “Estamos querendo exercer o nosso direito. Tivemos o trabalho de votar em quem queríamos que assumisse a direção da universidade. O Wilmont apresentou ótimas propostas e sempre está presente na universidade, mesmo tendo locação em outros lugares e isso faz a diferença”, comenta a garota.
Haverá uma congregação extraordinário na tarde desta sexta-feira (8), às 16h, para discutir, com alunos, docentes e funcionários, soluções para esse impasse.
O Mais Goiás entrou em contato com o Wilmont, mas ele disse que só irá se pronunciar após a congregação. Não conseguimos contato do professor Marcus Jary.
Por meio de nota a UEG informa que desde 2012 a nomeação dos diretores de seus campus é prerrogativa legal do Poder Executivo do Estado de Goiás, após o envio, pelo Conselho Universitário da UEG, da lista tríplice com os candidatos mais votados, conforme regem o Regulamento Eleitoral Geral e a Lei de Diretrizes e Base da Educação do Estado de Goiás.
A UEG também alegou que admite o debate sobre o processo democrático e destaca que o Conselho Universitário já deliberou sobre a questão da lista tríplice e encaminhou ao Executivo estadual a solicitação formal de alteração da lei, que segue em tramitação.
A UEG ressalta, porém, o ambiente de legalidade em que as eleições foram realizadas, tendo como norte o princípio constitucional da legalidade. Observa, por fim, que de 37 câmpus, os 34 diretores mais voltados foram nomeados pelo Poder Executivo.
Segundo a assessoria do governador Marconi Perillo (PSDB), após o envio da lista tríplice, a reitoria faz a recomendação de quem será o melhor para o cargo mediante a análise de suas propostas. A assessoria também informa que o governador pode ir contra a decisão do reitor, caso não veja uma viabilidade no projeto do escolhido para o bem-estar da universidade, podendo escolher o melhor candidato, mesmo que não seja o mais votado.