Revolta

Alunos do Basileu França organizam ação após demissão de professores

Quatro professores foram demitidos após participaram dos movimentos grevistas. Estudantes se mobilizam para que as aulas não sejam prejudicadas

Alunos do Instituto Tecnológico de Goiás (Itego) em Artes Basileu França farão nesta quarta-feira (21) uma ação diante da situação do local. Na última terça-feira (20), quatro professores da instituição foram demitidos, e os estudantes reivindicam o direito à educação.

“Nos reuniremos na porta [do colégio] às 17h30 e vamos iniciar um manifesto, um ato emergencial em decorrência do ocorrido de demissões. Esperamos a presença de pais, alunos e professores pois necessitamos ser ouvidos e que toda esta situação seja resolvida”, diz o aluno Arthur Cesar Raposa ao Mais Goiás. Ele comentou ainda que “não se pode mandar os professores embora e deixar a gente sem aula”.

Em vídeo compartilhado no Whatsapp, outra aluna alega que podem mover uma ação civil pública no Ministério Público.

Demissões

Gabriel Coelho, um dos professores demitidos, dá aulas de produção cênica. Ele diz ter sido informado que sua demissão foi “sem motivos” e foi liberado do aviso prévio. “Com certeza foi retaliação pelos meus posicionamentos e por ter aderido à greve. Nós, professores, estávamos negociando, pois nossas pautas não tinham sido atendidas, não recebemos o salário de outubro e nossos encargos trabalhistas não estão quitados”, afirma.

De acordo com o professor, somente no dia 13 de novembro foi pago o salário de setembro. “Foi nos prometido que até o próximo dia 25 seria quitado o mês de outubro, mas agora o Centro de Gestão em Educação Continuada (Cegecon), afirmou será feito somente dia 29. O sentimento é de instabilidade e incerteza, pois sempre todos os meses recebemos atrasado”, comenta.

“Quando fui chamado para saber da demissão, estava justamente dando aula. O Cegecon sempre informava que haveria uma promessa de corte de professores, uma demissão em massa no Basileu”, conclui Gabriel Coelho.

Para os professores e alunos, as demissões são uma forma de represália, pois todos aqueles que foram desligados participaram dos movimentos grevistas.

(Foto: Reprodução/Facebook)

Posicionamento

Mauro Reis, diretor administrativo-financeiro do Cegecon, negou qualquer forma de retaliação. “Depois de ter sido decidido o fim da greve, quase todos os professores voltaram, mas estes não. Pedimos que retornassem, e não retornaram. Nós precisamos terminar o ano”, explica.

De acordo com o diretor, os outros professores não serão demitidos. “A medida foi tomada unicamente para garantir a continuidade do ano letivo sem prejuízos aos alunos e aos demais servidores. Não podemos demitir ninguém durante a greve e não participamos da assembleia geral”, comenta. Mauro Reis diz que irá nesta quarta-feira (21), à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED-GO), abrir um processo para contratação de novos professores em substituição aos que foram demitidos.

Histórico de greves

No dia 23 de outubro, professores do Basileu França entraram em greve devido a atraso no pagamento dos salários. No dia 29 de outubro, professores de todas as modalidades aderiram à greve, e mais de 5 mil alunos foram prejudicados. No dia 8 de novembro, os profissionais suspenderam a greve e retomam as atividades após o compromisso do governador José Eliton de realizar os pagamentos dos dois meses de salários atrasados e que não haveria corte no quadro funcional.