Alunos pagaram até R$ 80 mil por documentos falsos para cursar medicina em Goiás
Dezenove estudantes foram presos em Goiás e na Bahia, nesta quarta-feira (27), durante a operação Clandestinus
Os 19 alunos de medicina presos suspeitos de ingressarem o curso com documentos falsos pagaram entre R$ 40 mil e 80 mil para conseguir a documentação ilícita para a transferência deles para oito faculdades de Goiás e da Bahia. Denominada Clandestinus, a operação foi deflagrada nesta quarta-feira (27). Agora, a corporação quer saber se todos os investigados realmente estudaram no Paraguai ou se já estavam concluindo o curso sem terem participado das aulas teóricas.
Segundo a PC, a investigação teve início há cinco meses após representantes de uma universidade goiana procurarem a corporação. A instituição informou que recebeu denúncia anônima de que alguns estudantes, muitos deles já na fase de internato e que prestavam atendimento à população, teriam conseguido transferência de outras universidades, por meio de documentações falsas.
“Como as universidades do Brasil, que oferecem o curso de medicina, não aceitam a transferência de alunos vindos de instituições do Paraguai, eles falsificaram documentos como se tivessem iniciado o curso em faculdades brasileiras, e assim conseguiram vagas em Goianésia, Formosa e em Barreiras”, destacou o delegado Danilo Fabiano, titular do 2ºDP de Rio Verde.
Conforme as apurações, tanto as oito faculdades que tiveram os nomes usados como as três que aceitaram estes alunos foram vítimas do golpe. “Nosso próximo passo é descobrir se estes formandos realmente estudaram medicina no Paraguai, ou se nem pelas aulas teóricas passaram. Se ficar comprovado que já entraram nos anos finais, o caso é mais grave ainda, uma vez que a maioria deles já estava trabalhando no atendimento à população”, disse.
Dos 19 presos na manhã de hoje, 17 estudam em Goianésia; um em Formosa e outro na Bahia. Além das prisões, os policiais também cumpriram 19 mandados de busca e apreensão.
Após prisão de alunos de medicina com documentos falsos, Polícia tenta identificar agenciador
Agora, o investigador quer saber quem teria abordado os estudantes no Paraguai e feito a proposta para que se transferissem para faculdades brasileiras com documentação falsa.