Amigos organizam campanha para custear estada dos pais de Mateus Ferreira em Goiânia
Os pais do estudante de Ciências Sociais Mateus Ferreira moram em Osasco, no interior de São Paulo e chegam a Goiás na tarde deste sábado
Amigos do estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) Mateus Ferreira da Silva estão organizando uma campanha para poder custear a estada dos pais dele em Goiânia. O pai e a mãe do estudante moram em Osasco, interior de São Paulo, chegam a Goiás na tarde deste sábado (29).
Mariana Falone, diretora de Comunicação da União da Juventude Socialista (UJS) em Goiás e estudante de Engenharia Civil da PUC-GO, conta que alguns sindicatos e outras organizações foram contatadas por pessoas próximas a Mateus para ajudar a manter os pais dele na cidade. “Por enquanto estamos esperando resposta, mas acho que vai dar certo”, disse.
Mariana estava junto a Mateus e um amigo deles durante a manifestação desta sexta-feira (28) no Centro de Goiânia, protestando contra as reformas previdenciária e trabalhista. Na ocasião, pouco depois do meio-dia, o estudante, de 33 anos, foi atingido no rosto por um golpe de cassetete desferido por um policial. Com o impacto, o objeto chegou a quebrar. Como consequência da agressão, Mateus sofreu múltiplas fraturas e está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
A jovem relata que não presenciou a cena de agressão. “Nós estávamos andando normalmente, pacificamente, quando começou a confusão. Nós nos separamos na correria e mais tarde foi nosso amigo que encontrou ele já caído no chão”, conta.
Mateus não estava envolvido no grupo que tentou atear fogo em bandeiras e cartazes e nem naquele que depredou uma agência bancária no cruzamento entre as avenidas Goiás e Anhanguera, atesta Mariana. Teriam sido esses atos que deram início ao confronto entre policiais e manifestantes, culminando com o ferimento de Mateus.
A estudante também fez questão de pontuar que Mateus não estava portando nenhuma bomba durante as manifestações, ao contrário do que foi aventado nas redes sociais. “Ele sempre participou de protestos, mas não era desses de andar mascarado e com bombas”, frisa.
Agora, com o amigo ferido, Mariana recebe respostas sobre o estado de saúde de Mateus como o restante da população: por meio da imprensa. Para ela, a sensação que fica em um momento como esse é de tristeza, desespero e impotência. Os sentimentos, diz, são compartilhados por todos aqueles que convivem com o estudante.