Análise da qualidade do ar em Goiânia mostra índices irregulares
A Secretaria do Meio Ambiente e Cidades (Secima) divulgou o resultado da análise ar realizada…
A Secretaria do Meio Ambiente e Cidades (Secima) divulgou o resultado da análise ar realizada na capital nos dias 22 e 23 deste mês. Algumas regiões possuem um índice inadequado para os padrões.
Gisele Rodrigue de Melo é analista ambiental da Secima e trabalha com a qualidade do ar. Ela explica que a pesquisa é feita por amostragem por meio da coleta de dados de dois pontos específicos de Goiânia, a Praça do Trabalhador e a Praça Cívica.
Primeiro, um filtro especial é preparado no laboratório da secretaria e levado para as praças onde coleta partículas de poluentes, semanalmente, durante um período de 24 horas. Esse método é chamado de Partículas Totais em Suspensão e trabalha com partículas de até 50 microgramas.
Após a coleta, os dados são analisados e divulgados. No último resultado, a Praça do Trabalhador apresentou 144 microgramas de poluente por metro cúbico de ar (inadequado), e a Praça Cívica, 136 microgramas por metro cúbico (regular). O valor considerado ideal é de 120 μg/m³ (microgramas de partículas sólidas por metro cúbico de ar), de acordo com os padrões de qualidade do ar estabelecidos pelo Decreto Estadual n° 1.745/1.979.
Gisele explica que as medições são locais, não é possível mensurar como está o ar na cidade toda, apenas nas regiões analisadas. Isso limita bastante os índices divulgados. “Existem métodos que medem a cidade toda em uma escala mais abrangente e passam em tempo real para a central de análise”, explica a analista ambiental. A Secima já realizou o pedido desse aparelho e aguarda resposta.
Apenas dois pontos de monitoramento do ar para uma região metropolitana como Goiânia está longe de ser o ideal. Além das dificuldades em obter um valor mais abrangente, existe uma carência em equipamentos que fazem o trabalho de análise. A Secima deveria dar conta de valores de todo estado, mas está restrita à capital.
Gisele aponta ainda, que o pessoal qualificado para realizar as amostragens é muito pequeno. Além dela, há apenas mais um técnico ambiental. A analista conta que existe um projeto de expandir as análises para Anápolis, mas não existe previsão de quando vai acontecer.
Mesmo com as limitações, Goiânia faz parte de uma lista de somente oito capitais que possuem sistema de monitoramento de ar. O serviço existe desde o final da década de 90.
* Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lôbo.