Anapolinas estão entre os 100 afrodescendentes mais influentes do mundo
Betty e Brenda são presidentes da ONG Compaixão Internacional
Entre os 100 afrodescendentes mais influentes do mundo (Mipad) em 2020, estão duas irmãs de Anápolis: Betty Mae Agi, de 29 anos, e Brenda Rucshana Agi, de 28 anos. A lista foi divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) após a abertura da 74ª Assembleia Geral da entidade, na última segunda-feira (5).
Destaca-se que o Brasil é o País com a maior população negra fora do continente africano. São 118,9 milhões de representantes.
Betty e Brenda são presidentes da ONG Compaixão Internacional. Elas são filhas do moçambicano Jacinto Agi e da brasileira Claudia Agi.
Mipad
Vale destacar, o Mipad faz parte de uma resolução da ONU que estipulou, entre os anos de 2015 e 2024, a Década Internacional dos Afrodescendentes. O intuito é destacar a contribuição positiva feita por pessoas de ascendência africana nos setores público e privado do mundo.
As irmãs foram indicadas na categoria Humanitarismo e Ativismo. São as únicas goianas a integrarem a lista. Há somente dez brasileiros entre os 100.
Para Betty, a nomeação é motivo de grande alegria. “Começamos os trabalhos sociais de maneira despretensiosa e sem recursos. Logo no início, vimos que para desenvolver algo sério e com resultados positivos, seria necessário muita entrega e compromisso. E assim foram nossos últimos dez anos. Jamais imaginamos que chegaríamos tão longe.”
Brenda, por sua vez, afirma que “em tempos em que a eficácia do setor de desenvolvimento social vem sendo tão questionado, uma nomeação como essa serve para validar os esforços empregados e principalmente inspirar outras pessoas a investirem seu tempo, recursos e talentos no que é mais importante: a promoção da dignidade humana”.
Impacto
A ONG Campanha Internacional já impactou a vida de mais de 70 mil pessoas diretamente e 300 mil indiretamente. “Já comunicamos e engajamos milhares de pessoas por meio de treinamentos e palestras com alcance internacional”, diz Betty.
A expectativa dela, com esse reconhecimento, é dar visibilidade aos projetos e garantir apoio para continuar a exercer essas atividades. “Apesar dos resultados, os desafios são imensos, principalmente financeiros. Tudo é feito com muita garra e muita vontade e poucos recursos. Queremos ver o crescimento dos projetos e assim alcançar ainda mais pessoas”, completou.
Já Brenda afirma que toda mudança vem da combinação da indignação e inspiração. “Somos do time dos improváveis e olha onde chegamos”, comemora. “Se nós conseguimos, outros também podem. Quando uma pessoa do suposto extrato da sociedade avança, todo a sociedade se movimenta, os paradigmas mudam. Não queremos apenas frutos para nós, queremos despertar outras pessoas a dar e viver o melhor de si. O crescimento deve ser coletivo“, convida.
Compaixão Internacional
A ONG Compaixão Internacional foi oficialmente registrada em 2012. Um ano antes, contudo, as irmãs desistiram da formatura da faculdade para realizar trabalho voluntário em Angola. Lá elas atuaram como biomédicas voluntárias em hospitais e davam aulas de dança para crianças e jovens.
Motivadas pelo que viram no país, elas decidiram tentar promover a dignidade humana em todo o mundo. No Brasil, elas já passaram por 17 estados brasileiros, além de 15 outras nações.
Os projetos atuais da ONG são: Doe Chinelos, Projeto Kiluba, Sol é para Todos, Projeto Campo, Compaixão Angola, Compaixão no Sertão e Compaixão Rio de Janeiro. Vale destacar que, no último dia 30, elas foram convidadas a falar sobre todos os projetos nas redes sociais do ator Bruno Gagliasso.
A missão, segundo o site oficial da ONG, é “transformar e impactar as comunidades mais carentes do Brasil e do Mundo nas áreas de educação, saúde, empreendedorismo, empoderamento, igualdade social e racial e combate à pobreza”. Já a missão é se tornar referência mundial, por meio de valores como compaixão, justiça e transparência.
Além das irmãs, a diretoria da instituição é composto por Jacinto Agi (secretário geral), Igor Santos de Matos (tesoureiro) e Letícia Jayme (tesoureira). O grupo possui, ainda, conselho fiscal e coordenações.