“É comum que agressor, abusador, estuprador culpe a vítima”, diz delegada sobre ginecologista
Desde a soltura do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, as vítimas estão arrasadas, abaladas e…
Desde a soltura do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, as vítimas estão arrasadas, abaladas e com medo, afirmou a delegada Isabella Joy ao Mais Anápolis nesta quarta-feira (6). Após ganhar liberdade, o investigado falou com jornalistas na tarde de terça (5) e se disse “mal interpretado”. Porém, a investigadora ressalta que é comum que “agressor, abusador, estuprador culpe a vítima para tentar amenizar as acusações“.
O comentário da policial ocorreu depois que o médico, suspeito de praticar crimes sexuais contra 53 mulheres, afirmar que pacientes não ficam excitadas com os parceiros e ocorre de comentarem em casa de terem sido tocadas de maneira “diferente” durante as consultas. Ele também afirmou que pode ter sido mal interpretado.
As justificativas apresentadas pelo investigado à imprensa são as mesmas declaradas em interrogatório, segundo a policial. “Até quem é leigo sabe que não existe isso, que com um toque normal a mulher vá se excitar. É comum que criminosos culpem as vítimas. Eu não esperava menos dele”, reforçou Isabella.
Ginecologista Nicodemos: MP recorre por nova prisão de suspeito de crimes sexuais
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recorreu da decisão da Justiça de soltar o investigado na segunda-feira (4). Para a promotora responsável pelo recurso, Camila Fernandes Mendonça, a prisão é necessária para garantir que outras vítimas procurem a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis.
Até o momento 53 mulheres já foram ouvidas formalmente. Segundo Isabella, não é possível desistir ou retirar as denúncias por se tratar de “crimes de ação pública incondicionada”, ou seja, não depende de prévia manifestação de qualquer pessoa para ser iniciada. Nicodemos deve responder por violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável.