Preço do tomate em Anápolis sobe 54,6% em dois meses, mostra pesquisa

O tomate é o novo vilão da cesta básica em Anápolis. Um comparativo entre a pesquisa divulgada pelo Procon nesta sexta-feira (11) com a última, de setembro, mostra que o preço do tomate em Anápolis subiu 54,6% em dois meses. Antes era comercializado por R$ 4,47 o quilo, na média. Agora, custa R$ 6,91 em média.

O economista e professor Márcio Dourado explica que todo ano existe o ciclo de sazonalidade dos produtos e que é comum o preço de alguns alimentos subir em época de chuva. Mas afirma que, nos últimos tempos, o valor dos insumos usados na produção de tomate tem sofrido grande aumento, o que prejudica os produtores.

“O preço não tem voltado a casa que estava antes, devido principalmente ao aumento dos insumos. Lembrando que o produtor tomates usa semente com tecnologia estrangeira e defensivos importados que subiram muito, pela alta do dólar e pelo preço do próprio insumo. O conflito da Rússia e Ucrânia que fez com que faltasse fertilizante em boa parte do mundo”, finaliza.

Antônia Lúcia, que produz tomate em Anápolis, afirma que, com o aumento do adubo, não tem como vender a fruta mais barato. “O adubo teve um aumento muito grande, antes eu comprava de R$200 a R$300 e desde setembro estou pagando muito caro, cerca de R$500 a R$550, então eu entendo que no final fica muito ruim pro produtor e pro consumidor”, disse.

O economista alerta o consumidor que os produtos relacionados à ceia de natal já começaram a subir e podem ficar ainda mais caros. As carnes de frango e bovina, ovos, pães, panetones, bacalhau e vinhos fazem parte da lista de produtos relacionados.

“Não existe uma métrica exata de quanto vai subir, mas a estimativa é que os preços da ceia natalina fiquem cerca de 30% acima do preço de três meses atrás. Isso porque existe uma alta procura por esses produtos, já em janeiro e fevereiro tudo volta ao normal”, finaliza.

Capital do tomate

Goianápolis é um grande produtor de tomate em Goiás e com os custos mais elevados o economista explica que a  produtividade pode cair o que diminuirá a oferta e pode pressionar os preços do fruto.

“O alto preço da fruta causa impacto na produção sim, na economia chamamos isso de teoria da teia de aranha. Quando o preço fica bom os produtores tendem a produzir mais, mas quando ficam ruim a tendencia é diminuir o ritmo de produção”, explica.