ANTT: 30% dos acidentes nas rodovias brasileiras envolvem veículos que realizam o transporte clandestino de passageiros
Em operação conjunta com as polícias civil, rodoviária federal, e militar, nove motoristas foram presos, indiciados, e multados
Nove motoristas que realizavam viagens clandestinas a partir de Goiânia foram presos e autuados em flagrante durante uma ação conjunta entre as polícias Civil, Militar, Rodoviária Federal, e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Durante coletiva à imprensa, o coordenador de operações da ANTT em Goiás, Geziel Júnior, disse ter levantamentos que mostram que 30% dos acidentes registrados atualmente em rodovias brasileiras envolvem veículos que realizam o transporte clandestino de passageiros.
Durante seis meses, uma força tarefa montada pelas polícias e pela ANTT identificou nove motoristas que, em veículos particulares, ofereciam o serviço de transporte clandestino nas proximidades da Rodoviária de Goiânia. Junto com os veículos, que acabaram apreendidos, eles foram presos nesta quinta-feira (5) perto da rodoviária, e também em rodovias, onde já estavam levando passageiros para outras localidades, principalmente Anápolis e Brasília.
“O difícil nestas operações é que os passageiros ficam chateados com nosso trabalho e muitas vezes batem boca com nossos agentes, mas eles precisam entender que pegando um veículo não regulamentado estão sujeitos a inúmeras situações de risco, e a possibilidade de se envolver em um acidente grave é apenas uma delas”, destacou o coordenador de operações da ANTT.
O alerta sobre os riscos seguir viagem com um motorista que trabalha na ilegalidade foi reforçado pelo titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), delegado Gylson Mariano, que também participou da operação: “Além de inúmeros acidentes, nós temos conhecimento do registro em delegacias de Goiás de roubos, tráfico de drogas, e até de estupros cometidos por motoristas que fazem estas viagens”, pontuou.
Os nove presos na operação responderão a uma contravenção pena, por colocar em risco a integridade física dos passageiros, delito que, por ter pena de reclusão inferior a dois anos, prevê apenas a prestação de serviços comunitários, ou o pagamento de cestas básicas. Ainda que não fiquem presos, segundo Gylson Mariano, os autuados respondem a um processo criminal. Eles também foram multados, cada um, em quase R$ 1.500, e perderam sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação.