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Parlamentares cobram tratamento precoce contra Covid-19 em Aparecida

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia desta quinta-feira (10), vereadores cobraram…

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia desta quinta-feira (10), vereadores cobraram distribuição de remédios para tratamento e prevenção sem eficácia contra Covid-19. Infectologista afirma que o único medicamento profilático para a doença existente é a vacina e que o tratamento da infecção deve combater apenas sintomas apresentados.

Dra. Juliana Barreto, médica infectologista afirma que não existe nenhum medicamento com ação antiviral comprovada contra o coronavírus. “O único tratamento da doença que temos conhecimento até agora é o tratamento que combate os sintomas apresentados. Não há antiviral comprovado cientificamente”, afirma.

Outro alerta que a médica faz é que não se deve usar medicamentos à base de corticoides em fase precoce da doença, antes da fase inflamatória. “O uso de corticoides neste período aumenta a carga viral e agrava o quadro da doença”, explica.

O Prednisona foi um medicamento à base de corticoides citado como recomendação ao “tratamento precoce” na sessão ordinária da Câmara da última quarta-feira (10) pelo vereador Hans Miller (PSD).

Outro medicamento citado como recomendação pelo vereador Hans Miller foi o antibiótico Azitromicina. Dra. Juliana diz que o medicamento não deve ser usado no combate ao vírus.

“Ele combate bactérias e não vírus. O uso indevido desse tipo de medicamento pode levar o paciente a ter resistência ao uso de antibióticos e facilitar infecções bacterianas, agravando o quadro da Covid-19 e o risco de morte nos pacientes”, disse.

“Tratamento precoce” não existe

A médica ainda afirma que não existe tratamento precoce para nenhuma doença. “Quando nos referimos à palavra ‘tratamento’, quer dizer que a pessoa já está infectada. Antes da infecção, existe a prevenção, que chamamos de profilaxia”, esclarece a médica.

Dra. Juliana diz que as únicas medidas profilática contra a Covid-19 conhecidas pela ciência são a vacinação e as medidas de proteção sanitárias. “Não existe outra forma de prevenção à Covid-19 além da vacina, uso de máscaras, e o distanciamento social mínimo”, conclui.

Vereadores

Apesar de considerar que o uso de alguns medicamentos pode agravar o quadro da infecção, o vereador Hans Miller (PSD) defendeu o que chamou de “tratamento precoce” para Covid-19. Ele citou o uso de fármacos sem eficácia comprovada contra a doença como Hidroxicloroquina, Azitromicina, Ivermectina e Prednisona.

“Não sou cientista, mas quero complementar o assunto em relação ao tratamento precoce. Infelizmente, por conta das inúmeras variantes e diferente reação de cada corpo. Alguns medicamentos podem agravar o quadro da doença”, afirmou.

O vereador disse que ele e sua família testaram positivo para a doença e todos usaram hidroxicloroquina, ivermectina, e azitromicina diariamente sem problemas. A eficácia destes medicamentos no combate ao vírus não têm comprovação científica.

“Eu tive Covid-19, meus pais também e meu irmão está isolado com a doença. Todos nós fizemos tratamento precoce com Hidroxicloroquina, Azitromicina e Ivermectina, dose de vitamina D e vitamina C diariamente”, relatou.

Vereador Zé Filho (PSDB) questionou qual é o protocolo que está sendo usado para evitar que a doença se agrave em pessoas que tiveram resultado positivo do teste de Covid-19. “Dizem que o paciente está acometido pela doença, mas deixam ele ir para casa sem tomar um comprimido para melhorar sua condição”.

Zé Filho sugeriu a revisão dos protocolos de tratamento da doença pela SMS. O vereador Marcos Miranda (Republicanos) usou sua fala para se manifestar à favor de uma revisão de protocolo de tratamento para pacientes que testaram positivo para a Covid-19 pela SMS.

A reportagem entrou em contato com a SMS para questionar sobre qual é o protocolo que está sendo adotado para pacientes que testam positivo para doença, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.