Pesquisa comprova três casos de reinfecção por covid-19 em Aparecida
Dois deles foram reinfectados pela linhagem P.1, conhecida como variante de Manaus
A Fundação Oswaldo Cruz confirmou três casos de reinfecção por Covid-19 em Aparecida de Goiânia na última sexta-feira (23). As confirmações envolvem dois homens, de 60 e 25 anos, e uma mulher, também de 25 anos. Dois deles foram reinfectados pela linhagem P.1, conhecida como variante de Manaus.
O homem de 60 anos, hipertenso, identificado com reinfeção foi assintomático no primeiro episódio. Depois de 94 dias depois foi diagnosticado mais uma vez para a Covid-19. Já a mulher de 25 anos tem bronquite e se reinfectou em um intervalo de 188 dias. E o terceiro caso é de um homem de 25 anos, sem comorbidades, que se infectou novamente 225 dias depois.
Os dois últimos relataram sintomas mais leves na segunda vez que manifestaram a doença e ambos foram reinfectados pela variante P.1.
Variantes
A Prefeitura de Aparecida analisou 126 amostras de pacientes que foram diagnosticados com Covid-19. Das quais 97 haviam sido concluídas até a última sexta-feira. Dessas, 46 foram coletadas no ano passado e 51 em 2021.
Nos materiais analisados de 2020, não houve nenhuma variante considerada de preocupação. No entanto, nas amostras deste ano, 58,8% os testes identificaram as linhagens P.1 e 3,9% da B.1.1.7., originária no Reino Unido. Além disso, dos 22 pacientes com menos de 60 anos e sem comorbidades que desenvolveram formas graves e precisaram de internação em UTI, 19 foram infectados por essas duas variantes, que juntas foram responsáveis pela contaminação de 86,3% dos pacientes desse grupo estudado.
“Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico. Por isso, é importante identificar e monitorar as variantes em circulação. A reinfecção não é um evento raro, mas com a baixa escala de sequenciamento genético realizado no Brasil, pouco ainda se sabe”, aponta a diretora de Avaliação de Políticas de Saúde de Aparecida de Goiânia, Érika Lopes.
Banco de dados
Segundo aponta o secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, a pesquisa foi realizada graças a um programa próprio do município de Sequenciamento Genômico.
“Há um ano realizamos testagem em massa por meio do RT-PCR, com mais de 250 mil exames padrão ouro realizados na cidade. Todas as amostras de material coletadas para realização do exame que tiveram resultado positivo para a Covid estão armazenadas. É um banco de dados muito rico, que se bem aproveitado e estudado tem potencial de nos ajudar a entender melhor a dinâmica de evolução e dispersão do vírus”, garantiu durante entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira (26).