MACHISMO EM DEBATE

Vereadora que teve microfone cortado na Câmara de Aparecida registra boletim de ocorrência

André Fortaleza diz que não houve excesso na condução do caso por parte dele e que o vídeo demonstra que a vereadora foi quem iniciou a discussão

Vereadora que teve microfone cortado na Câmara de Aparecida registra boletim de ocorrência

A vereadora Camila Rosa (PSD) registrou um boletim de ocorrência no 1º Distrito de Polícia de Aparecida de Goiânia contra o presidente da Câmara Municipal, André Fortaleza (MDB), após episódio em que a parlamentar teve microfone cortado em discussão sobre cotas femininas na sessão plenária da última quarta-feira (2).

Na próxima segunda-feira (7), a vereadora deve ir ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para registrar o caso junto à ouvidoria do órgão com a Defensoria da Mulher. A parlamentar diz que se trata de um caso de violência política contra a mulher.

Camila Rosa diz que foi orientada por amigas e autoridades a denunciar o caso para que sirva de exemplo. Ela mesmo avalia que ainda não se deu conta da proporção que o episódio ganhou.

“Isso tomou uma proporção muito grande. Não fui eu quem procurou delegacia. São muitas pessoas ligando e oferecendo apoio. Nunca pensei que passaria por um algo assim, ainda com uma pessoa como o presidente. Eu fico feliz que as mulheres entendem que a gente precisa de pluridade de ideias, na Câmara Municipal, para que direitos cheguem às minorias”, diz ao Mais Goiás.

A vereadora diz que parlamento é para discutir ideias, levar discussões que impactam na vida do cidadão. No entanto, André Foraleza teria levado um post de uma rede social em que ela não nomeia ninguém e levado ao parlamento. “Em nenhum momento citei o nome dele ou da Câmara”, avalia.

André Fortaleza diz que não é machista

O presidente da Câmara, por outro lado, diz que não foi notificado. Ele afirma que o caso tomou uma proporção maior por se tratar de uma mulher envolvida.

“Eu mesmo na legislatura passada tive meu microfone cortado umas 10 vezes. E é prerrogativa minha como presidente cortar o microfone se estou sendo interrompido. Mandei cortar para ela acalmar. Assim que se acalmasse poderia falar novamente”, responde.

André Fortaleza diz que não houve excesso na condução do caso por parte dele e que o vídeo demonstra que a vereadora foi quem iniciou a discussão. “Não sou machista, nem nunca fui”, rebate.