Aparecida (GO) completa 100 anos: conheça história da segunda maior cidade de Goiás
Cidade da Região Metropolitana se tornou tão importante que, neste centenário, é um dos principais alvos na disputa política do governo do Estado na próxima eleição
Aparecida de Goiânia completa 100 anos nesta quarta-feira (11) com o posto de segunda maior cidade de Goiás. A trajetória do município se confunde com parte da história do Estado, com a mudança no eixo de povoamento, salto no desenvolvimento e industrialização. A cidade da Região Metropolitana se tornou tão importante que, neste centenário, é um dos principais alvos na disputa política do governo do Estado na próxima eleição.
O marco de fundação de Aparecida de Goiânia é uma missa campal, celebrada pelo vigário Francisco Wand. O local do ato religioso era a Fazenda Santo Antônio, no município de Pouso Alto, atual Piracanjuba. Ou seja, não havia propriamente uma cidade ali. Mas uma intenção. O marco permitiu que os donos da terra doassem as glebas para a fundação de povoado.
A marcação da cidade foi fixada com a segunda missa campal, realizada em um rancho de madeira, na fazenda, no dia 11 de maio de 1922. Na ocasião, uma multidão carregou um cruzeiro e a fixou no chão. Esse marco zero da cidade pode ser visto no Centro de Aparecida: uma cruz de aroeira da Igreja Matriz Nossa Senhora de Aparecida, na Praça da Matriz.
A partir desta vontade de povoar a região, o local começou a crescer. Primeiro pela devoção. Depois pela proximidade com a nova capital, Goiânia, nascida mais de 10 anos depois e por políticas de assentamento promovidas pelo governo estadual anos mais tarde.
Em 1958, o povoado, então pertencente ao município de Hidrolândia, recebeu o nome oficial de Aparecida de Goiás, a partir de uma lei municipal, herdando o nome que a população lhe dera — Aparecida — em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, com a incorporação do nome do Estado onde está localizada. Naquele mesmo ano houve uma tentativa atabalhoada de mudança de nome para Goialândia, mas o nome não pegou. Ficou Aparecida mesmo.
O nome da cidade ainda passaria por uma nova mudança. Em 1963, uma lei estadual deu-lhe o nome atual: Aparecida de Goiânia.
Desenvolvimento
Outro grande marco essencial para o desenvolvimento de Aparecida de Goiânia é a criação da Rodovia Transbrasiliana, a BR-153. A via é uma das principais ligações entre a Região Norte e o sul do país, passando por oito estados. Hoje considerada um ponto importante no escoamento da produção, sobretudo de insumos, do país. A localização de Aparecida de Goiânia é essencial neste sentido, o que lhe permitiu importante entreposto logístico.
Justamente por essa localização estratégica, aliada ao povoamento em certa medida desenfreado, Aparecida acabou se tornando uma gigante. Como não tem grande área para produção agrícola, o município acabou por absorver a industrialização. Atingindo seu ápice na década de 1990, com programas de incentivo para instalação de armazéns, e fábricas.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o município entrou para o ranking do 100 maiores PIB’s do Brasil, ocupando 78ª posição. Hoje é o terceiro município mais industrializado de Goiás, com seu Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 122% entre 2009 e 2022.
No entanto, o fato de ser uma cidade industrial não lhe garantia algo essencial para seus cidadãos: o orgulho. Algo que foi construído a partir de uma mudança de protagonismo. Antes vista como cidade dormitório de Goiânia, a cidade passou a ter brilho próprio, sobretudo com a inserção que o prefeito Maguito Vilela (MDB) garantiu com projeção estadual.
Política
É nesse contexto que Aparecida de Goiânia, que herda contradições próprias do desenvolvimento econômico que não foi acompanhado diretamente pelo arranjo social. Dados da própria prefeitura apontam que 28% das ruas habitadas ainda não estão pavimentadas, com falta de vagas para crianças na rede municipal de Educação de Aparecida de Goiânia, problemas também na rede de saúde.
O IBGE mostra que a estimativa é que Aparecida de Goiânia tenha mais de 600 mil habitantes, sendo a segunda maior cidade de Goiás em população. O que lhe garante também visibilidade política. Ou pelo menos, muitos candidatos visam os 308.749 eleitores que o Tribunal Regional Eleitoral tem catalogados. Nesta eleição de 2022, a disputa na cidade se tornou central como talvez nunca antes, com pelo menos três candidatos na ânsia por assumir a preferência dos eleitores: o governador Ronaldo Caiado (UB), ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL).