Apenas 30% da Feira da Marreta funciona de maneira regular, aponta Prefeitura
Operação apreendeu mais de 150 celulares e 30 veículos irregulares, além de armas e outros objetos
Apenas 30% da Feira da Marreta funciona de maneira regular, apesar de haver 352 comerciantes cadastrados juntos à Prefeitura. A informação é resultado de uma operação realizada entre as Polícias Civil e Militar e o Município, que teve o objetivo de acabar com o comércio irregular de produtos no local.
Durante a ação realizada na manhã desse domingo (29), oito armas, incluindo um fuzil, foram apreendidos, além de mais de 150 celulares, bebidas vencidas, quatro notebooks, 32 veículos, 434 munições, materiais de construção, pneus e objetos utilizados em jogos de azar. O delegado Jesuemar Vaz, responsável pela operação, explicou que os produtos apreendidos não tinham procedência clara e os comerciantes não tinham licença para comercializar. “A maior parte desses objetos deve ser produto de roubo”, afirma.
Ao todo, foram necessários dois caminhões para transportar todos os objetos apreendidos, que estão no pátio da Prefeitura de Goiânia, disponíveis para serem identificados pelos verdadeiros donos. A diretora de desenvolvimento econômico do Município, Eloísa Helena, explicou que, como toda feira, o local precisa de uma licença para funcionar e que todos os comerciantes devem estar registrados. No entanto, apenas 30% da Feira da Marreta agia segundo a lei.
“Os próprios permissionários entraram em contato com a Prefeitura inúmeras vezes pedindo que nós atuássemos, pois quem estava lá de maneira legal já não conseguia trabalhar. A Feira da Marreta foi um local que perdeu o controle”, pontuou Eloísa.
Armas de fogo
Durante a operação na Feira da Marreta, uma equipe da Polícia Militar identificou um homem tentando fugir dos policiais. Roberto Júlio do Prado estava com mandado de prisão em aberto, expedido pela Vara Federal de Foz do Iguaçu, pelo crime de tráfico internacional de arma de fogo. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Capturas.
Segundo o coronel Rocha, do Comando de Patrulhamento da Capital (CPC), o suspeito ficava no local para fazer contatos para vender armas. Com o suspeito, foram encontradas oito armas, sendo uma delas um fuzil, que foram apresentados à 2° Delegacia Distrital de Polícia e vão passar por perícia.
Roberto afirmou que as armas faziam parte de uma coleção particular. Contudo, o coronel explicou que, nestes casos, é necessário permissão e identificação por parte do Exército Brasileiro e que a polícia já está investigando se o suspeito possui o documento.
Necessidade
O coronel Rocha ressaltou a importância da ação na Feira da Marreta no sentido de garantir a proteção dos goianienses. “O município de Goiânia precisava desse choque de ordem de gestão, começamos na Feira da Marreta, mas vamos ampliar para outras”.
Rocha lembra que o local funciona como ponto de revenda de objetos roubados de indivíduos e residências. O coronel afirmou que ações como essa vão continuar na Feira da Marreta, para que o ambiente volte a atender as demandas dos permissionários e dos cidadãos.
A diretora de desenvolvimento econômico do Município explicou que cada comerciante que pede uma autorização para comercializar produtos em feiras pode vender apenas o que especificar. Além disso, segundo Eloísa, há uma relação de 352 comerciantes cadastrados e que podem atuar na Feira da Marreta. A Prefeitura possui uma relação de objetos que cada pessoa pode vender em cada local.”Em todas as feiras está acontecendo a venda de produtos de forma irregular. Por isso, acredito que esse trabalho integrado tem que continuar”, pontua.
Recuperação de objetos roubados
A titular da 2° Delegacia Regional de Polícia (DRP), Alessandra Batista, explicou que os celulares apreendidos podem ser recuperados pelo proprietário caso o mesmo procure a Polícia Civil e informe o número de registro do aparelho e apresente a nota fiscal. “É preciso que se registre o boletim de ocorrência primeiro, por isso a polícia pede que sempre e caso de roubo ou furto seja feito o registro. No boletim precisa constar o número de IMEI, que é a identificação do celular, nós temos uma relação de todos esse números na delegacia para fazer a entrega e a punição da pessoa responsável”, esclarece.
Os outros objetos estão em um pátio no Paço Municipal e caso os proprietários reconheçam o pertence, podem entrar em contato com a 2° DRP ou com a fiscalização do Município.
* Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo