Após 15 dias preso, marido condenado por mandar matar ciclista é solto pelo STJ
Após passar 15 dias preso, Eduardo Francisco Oliveira, condenado a mais de 27 anos de…
Após passar 15 dias preso, Eduardo Francisco Oliveira, condenado a mais de 27 anos de prisão por ser o mandante da morte da própria esposa, a ciclista Cibelle de Paula Silveira, foi solto, nesta segunda-feira (21), após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O crime aconteceu em 2015 e o habeas corpus foi assinado pelo ministro Rogério Schietti Cruz, da sexta turma da Corte.
Por meio de nota, o advogado de defesa Anderson Van Gualberto de Mendonça comemorou a decisão.”Mais uma vez a ilegalidade foi estancada, já que é a terceira vez que o STJ restabelece o status de liberdade do paciente. A prisão absolutamente ilegal por parte do TJ-GO”, diz o texto.
Eduardo chegou a ser preso no último dia 7 de outubro no Setor Village Veneza. Após ser detido, ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para ser submetido ao exame de corpo de delito e foi levado para o Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia.
O julgamento que levou Eduardo à condenação foi em dezembro do ano passado e durou dois dias. A audiência foi presidida pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida. Também foi condenado Pedro Henrique Domingues de Jesus Félix, hoje com 21 anos, como o autor do disparo que vitimou a ciclista.
Cibelle Silveira foi morta no dia 30 de novembro de 2015, na BR-060, entre Goiânia e Guapó. Ela pedalava com Eduardo e outros três amigos pela rodovia. Ao se afastar por cerca de 20 metros do grupo, a bancária foi surpreendida por dois assaltantes, que deram um único disparo. A vítima foi atingida na cabeça. Eles fugiram sem levar nada.
A bancária foi socorrida pelos amigos e levada para o Cais Bairro Goiá. Porém, não resistiu ao ferimento e morreu na unidade de saúde. Dois dias depois, a polícia prendeu Pedro Henrique Domingues de Jesus Félix, com 18 anos à época. Em um vídeo gravado, o jovem disse que cometeu o crime para “levantar um dinheiro” e que teve ajuda de um adolescente de 17 anos.
Reviravolta no caso da ciclista
Dois meses depois do crime, a Polícia Civil (PC) recebeu o laudo cadavérico. Nele, foi constatado que a mulher apresentava diversas lesões pelo corpo. “O inquérito já havia sido concluído e remetido ao Judiciário e os dois autores haviam sido denunciados por latrocínio, mas, quando recebi o laudo cadavérico, vi que a vítima tinha lesões pelo corpo. O perito confirmou que as lesões não tinham nada a ver com a queda do dia em que ela foi assassinada. Então resolvi ouvir parentes e amigos, ocasião em que descobri que a Cibelle vivia sendo espancada e ameaçada de morte pelo marido”, relatou o delegado Thiago Martimiano, adjunto da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH).
Em novo depoimento, Pedro Henrique contou que havia sido contratado por Eduardo por R$ 30 mil para matar a bancária. O marido da vítima, porém, havia feito apenas o pagamento de R$ 5 mil, como entrada. O restante do pagamento seria realizado após a concretização do crime. Porém, segundo o jovem, como o repasse não teria sido feito, ele decidiu contar a verdade.