COMPORTAMENTO

Após ataques de pit bulls em Goiás, adestrador explica como se deve criá-los

Casos de ataques envolvendo cachorros da raça estão se tornando comuns

Agressividade de pit bulls se relaciona a forma com que o dono cuida, diz especialista - (Foto: Reprodução/Pixabay)

Os cachorros da raça pit bull, temidos pela suposta ferocidade, podem conviver bem com adultos e crianças. Tudo depende da forma de criação. Segundo o especialista em adestramento Jodelson Barbosa, essa raça apesar de requerer atenção aos limites, regras estabelecidas pelo dono e tempo para socialização, pode ser dócil como qualquer outro cão.

Casos de ataques envolvendo a raça estão se tornando comuns. Entre os mais recentes está o de uma idosa que denunciou os donos de um pit bull que a atacou três vezes em dois meses, em Goiânia. E o outro aconteceu no início desta semana quando um pit bull foi capturado depois de tentar morder moradores em uma rua de Goianésia.

“O dono tem que saber criá-los”, diz adestrador 

Adestrador há 16 anos, Jodelson Barbosa explica que o pit bull é um cão que tem a natureza acelerada. “Os donos tem que saber criá-los. O pit bull é esse tipo de cão que não pode ficar amarrado e isolado, não se deve bater nele e além disso, deve ser bem socializado com pessoas, animais e crianças. Cão nenhum foi feito para ficar amarrado, principalmente, o pit bull. Por isso, que ele se torna um cão agressivo”, explicou.

Segundo o adestrador, ter um pit bull exige atenção aos limites e regras, além de tempo para socialização. “Não é que ele precise de mais atenção, mas o dono tem que lembrar que ele é um cão de metabolismo acelerado, diferente dos outros cães. Ele é mais fácil de ficar estressado e desferir uma mordida em alguém. Foi feito para ser um cão de briga”, aponta.

Como funciona o adestramento?

De acordo com Jodelson, a partir de 45 dias começa a sociabilização com pessoas e crianças. Já no terceiro mês o dono deve levar o cão para a rua: “tudo que é possível de interagir com o cão é bom fazer”, afirma.

Já nos 4 a 5 meses o cão começa a ter uma mentalidade e desenvolver a parte agressiva. “Por isso é importante o trabalho anterior como filhote”, reforça o adestrador.

Não existe adestramento sem sociabilização. O primeiro contato é socializar o cão com o dono depois vem a parte do junto, senta, deita e o não, que é uma palavra que o cão vai ouvir a vida inteira. Todo momento de correção vai ser um não. Uma vez só não adianta, a sociabilização tem que acontecer todos os dias”, completou.

Quais as raças com maior chance de ataques inesperados?

De acordo com o adestrador, as raças que tem tendência a ataques inesperados são o Chow-chow; Akita;  yorkshire e os Terriers. “Em si todos os cães que vem da linhagem Terrier são de temperamento mais forte”, diz.

Na avaliação do adestrador, o tamanho da guia pode influenciar no comportamento do cão. “Primeiro é importante dizer que, todo cachorro que vem da linha de guarda ou raças que são consideradas perigosas é obrigatório sair com focinheira a partir dos três meses na rua. Além disso, a guia de passeio ela tem que ser de pelo menos 1,5 metros, o cão tem que ter confiança no dono”, esclarece.

Jodelson Barbosa reforça ainda que pode sim criar o pit bull em ambientes com crianças. “Desde que seja criado ainda filhote, o pit bull sociabilizado não trás perigo. Porém, não aconselho a pessoa adotar um cão adulto para familiares com criança, porque eu não sei o histórico desse pit pull anteriormente. Fora isso é um cachorro como qualquer outro que requer atenção e sociabilização”, avalia.

Confira dicas para acalmar o cachorro

-Seguir uma rotina;

– Fazer o que o cachorro gosta;

-Gastar a energia  dele.

Como proceder em casos de ataques?

“Após o cão desferir a mordida, o ideal para que não se cause dano na pessoa que levou a mordida é imobilizar o cachorro pela garganta. Após ele soltar, levar a mão até o couro da cabeça dele para ele não ter reação. Se ele estiver em tentativa de morder, colocar o cão de barriga para cima até ele acalmar”, alerta o adestrador.