COMPORTAMENTO

Após ataques de pit bulls em Goiás, adestrador explica como se deve criá-los

Os cachorros da raça pit bull, temidos pela suposta ferocidade, podem conviver bem com adultos…

Os cachorros da raça pit bull, temidos pela suposta ferocidade, podem conviver bem com adultos e crianças. Tudo depende da forma de criação. Segundo o especialista em adestramento Jodelson Barbosa, essa raça apesar de requerer atenção aos limites, regras estabelecidas pelo dono e tempo para socialização, pode ser dócil como qualquer outro cão.

Casos de ataques envolvendo a raça estão se tornando comuns. Entre os mais recentes está o de uma idosa que denunciou os donos de um pit bull que a atacou três vezes em dois meses, em Goiânia. E o outro aconteceu no início desta semana quando um pit bull foi capturado depois de tentar morder moradores em uma rua de Goianésia.

“O dono tem que saber criá-los”, diz adestrador 

Adestrador há 16 anos, Jodelson Barbosa explica que o pit bull é um cão que tem a natureza acelerada. “Os donos tem que saber criá-los. O pit bull é esse tipo de cão que não pode ficar amarrado e isolado, não se deve bater nele e além disso, deve ser bem socializado com pessoas, animais e crianças. Cão nenhum foi feito para ficar amarrado, principalmente, o pit bull. Por isso, que ele se torna um cão agressivo”, explicou.

Segundo o adestrador, ter um pit bull exige atenção aos limites e regras, além de tempo para socialização. “Não é que ele precise de mais atenção, mas o dono tem que lembrar que ele é um cão de metabolismo acelerado, diferente dos outros cães. Ele é mais fácil de ficar estressado e desferir uma mordida em alguém. Foi feito para ser um cão de briga”, aponta.

Como funciona o adestramento?

De acordo com Jodelson, a partir de 45 dias começa a sociabilização com pessoas e crianças. Já no terceiro mês o dono deve levar o cão para a rua: “tudo que é possível de interagir com o cão é bom fazer”, afirma.

Já nos 4 a 5 meses o cão começa a ter uma mentalidade e desenvolver a parte agressiva. “Por isso é importante o trabalho anterior como filhote”, reforça o adestrador.

Não existe adestramento sem sociabilização. O primeiro contato é socializar o cão com o dono depois vem a parte do junto, senta, deita e o não, que é uma palavra que o cão vai ouvir a vida inteira. Todo momento de correção vai ser um não. Uma vez só não adianta, a sociabilização tem que acontecer todos os dias”, completou.

Quais as raças com maior chance de ataques inesperados?

De acordo com o adestrador, as raças que tem tendência a ataques inesperados são o Chow-chow; Akita;  yorkshire e os Terriers. “Em si todos os cães que vem da linhagem Terrier são de temperamento mais forte”, diz.

Na avaliação do adestrador, o tamanho da guia pode influenciar no comportamento do cão. “Primeiro é importante dizer que, todo cachorro que vem da linha de guarda ou raças que são consideradas perigosas é obrigatório sair com focinheira a partir dos três meses na rua. Além disso, a guia de passeio ela tem que ser de pelo menos 1,5 metros, o cão tem que ter confiança no dono”, esclarece.

Jodelson Barbosa reforça ainda que pode sim criar o pit bull em ambientes com crianças. “Desde que seja criado ainda filhote, o pit bull sociabilizado não trás perigo. Porém, não aconselho a pessoa adotar um cão adulto para familiares com criança, porque eu não sei o histórico desse pit pull anteriormente. Fora isso é um cachorro como qualquer outro que requer atenção e sociabilização”, avalia.

Confira dicas para acalmar o cachorro

-Seguir uma rotina;

– Fazer o que o cachorro gosta;

-Gastar a energia  dele.

Como proceder em casos de ataques?

“Após o cão desferir a mordida, o ideal para que não se cause dano na pessoa que levou a mordida é imobilizar o cachorro pela garganta. Após ele soltar, levar a mão até o couro da cabeça dele para ele não ter reação. Se ele estiver em tentativa de morder, colocar o cão de barriga para cima até ele acalmar”, alerta o adestrador.