Risco

Após contrair infecção no Hugo, paciente deixa unidade por demora na cirurgia

Após ter a mão esmagada por um cilindro utilizado para homogeneização de massas em uma…

Após ter a mão esmagada por um cilindro utilizado para homogeneização de massas em uma panificadora de Aparecida de Goiânia, o confeiteiro Weverthom José dos Santos (32), foi conduzido ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) no último dia 11/11, onde deveria passar por três cirurgias. Porém, com os problemas enfrentados pela unidade, apenas uma foi realizada e depois de passar dias sem antibióticos e anti-inflamatórios prescritos, contraiu uma infecção no membro ferido e optou por deixar a enfermaria para uma outra, particular.

“Fiquei lá até ontem (22), mas estava sentindo muita dor e desesperado com a possibilidade de perder minha mão. Quando cheguei, fizeram sutura, enfaixaram e colocaram uma tala, mas precisaria passar por mais duas cirurgias. Mas como? Não tinha nem remédio”. Ele revela que a dor era insustentável e a esposa teve que ir até a ouvidoria para reclamar da falta de medicamentos. “O médico receitou antibióticos e anti-inflamatórios, mas eu só estava tomando dipirona, tramal e paracetamol. Todo mundo está tomando só isso”.

Sem cuidados ideais, confeiteiro temia ter mão amputada (Foto: arquivo pessoal)

Segundo ele, a falta de limpeza e de troca das roupas de cama, somada à falta de medicações e à proximidade com outros enfermos propiciou a infecção em sua mão. “A gente fica tudo misturado e não temos condições de limpar as coisas nós mesmos. Minha mulher trouxe roupas de cama de casa, mas não é todo mundo que consegue entrar com elas. Tem muita gente sofrendo. Na minha enfermaria tinha um homem chorando de dor 24h por dia porque a perna dele está apodrecendo e ninguém o operava. Estava na mesma situação e resolvi sair”.

Resposta

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirma que tem tomado todas as medidas necessárias à manutenção e normalização das atividades no Hugo e que os “problemas são pontuais”. Confira a íntegra:

“A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que vem tomando todas as medidas necessárias para a manutenção da normalização do atendimento no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), que nos últimos dias tem registrado problemas pontuais, com paralisações de alguns serviços. A SES garante, no entanto, que nenhum atendimento de urgência e emergência deixou – nem deixará – de ser prestado, em virtude de ser esse o perfil do hospital.

A SES esclarece que tem repassado à Gerir – OS que ainda administra o Hugo –, os recursos necessários para a manutenção da unidade. E acrescenta que mantém o diálogo continuo com a OS para que esses recursos sejam repassados o mais rápido possível ao hospital, garantindo a continuidade dos serviços até o momento da passagem da gestão para a nova OS – o Instituto Haver, que assume o Hugo a partir da zero hora de terça-feira, 27.

A SES lembra que as mesmas medidas estão sendo tomadas em relação ao Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), também administrado pelo Gerir até as 23h59 de segunda-feira, 26. A partir de então, a OS que vai administrar a unidade passa a ser o Instituto CEM”.