Após morte de colega, entidade cobra EPIs e melhores condições de trabalho em unidades de saúde
Após a morte da técnica de enfermagem e de laboratório, Adelita Ribeiro da Silva, de…
Após a morte da técnica de enfermagem e de laboratório, Adelita Ribeiro da Silva, de 38 anos, em virtude do novo coronavírus, trabalhadores da área da Saúde, por meio do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde em Goiás (Sindsaúde), se manifestaram e pediram providências para que entes públicos melhorem as condições de trabalho e segurança nas unidades de saúde, públicas e privadas, do Estado.
Por meio de nota, a presidente da entidade, Flaviana Alves, lamentou a morte de Adelita e pediu que as gestões estadual, municipal e particulares assegurem equipamentos de proteção coletiva e de proteção individual, inclusive para funcionários das alas administrativas.
No documento ela também pede que se investigue casos suspeitos de contaminação. Há uma preocupação de trabalhadores acerca do contato deles com os próprios familiares. Segundo Alves, há possibilidade de adoecimento em massa caso medidas não sejam adotadas para proteger os profissionais.
Resposta
Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia emitiu uma carta aos profissionais de Saúde para lamentar o óbito de Adelita e agradecer os serviços prestados pela trabalhadora. A ela, nos curvamos em profundo agradecimento e rogamos ao Pai que a acolha em seus braços de misericórdia e amor”, consta em trecho do documento.
De acordo com a pasta, medidas foram tomadas para evitar novos riscos de contaminação, especialmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Novo Mundo, um dos locais de trabalho da profissional morta pelo Covid-19.
Manifestações
Neste domingo (5), 0 governador Ronaldo Caiado utilizou suas contas nas redes sociais para prestar homenagem à Adelita. “Uma heroína que perdeu a vida para salvar vidas. A luta de Adelita Ribeiro, técnica de enfermagem e laboratório, morta aos 38 anos, vítima do coronavírus, jamais será esquecida pelo Estado. Essa é minha palavra como governador de Goiás”, declarou.
Uma heroína que perdeu a vida para salvar vidas. A luta de Adelita Ribeiro, técnica de enfermagem e laboratório, morta…
Publicado por Ronaldo Caiado em Domingo, 5 de abril de 2020
O prefeito Iris Rezende também adotou postura semelhante. “Com profundo pesar, deixo minha solidariedade à família e aos amigos da servidora Adelita Ribeiro. Ela trabalhou de forma incansável na Saúde do nosso município, como técnica de laboratório do Cais do Novo Mundo e do Hemolabor, e foi vítima da Covid-19”, afirmou no Twitter.
“Com profundo pesar, deixo minha solidariedade à família e aos amigos da servidora Adelita Ribeiro. Ela trabalhou de forma incansável na Saúde do nosso município, como técnica de laboratório do Cais do Novo Mundo e do Hemolabor, e foi vítima da Covid-19”… pic.twitter.com/DiF4b7J8Jo
— Iris Rezende (@IrisRezendeM) April 4, 2020
Veja a íntegra da nota do Sindisaúde:
“QUEM CUIDA TAMBÉM PRECISA SER CUIDADO! É com muito pesar que o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) comunica a primeira morte de uma trabalhadora da saúde, vítima da COVID 19 (Novo Coronavírus) no município de Goiânia-GO. A servidora A.R.S.,38 anos, que exercia o cargo de técnico de laboratório em uma unidade de saúde pública da Capital e na rede privada, veio a óbito nesta manhã de sábado (04) após 5 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular.
Diante do caso, o Sindsaúde reitera de forma contumaz a necessidade de a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, bem como a rede privada da saúde, cumprir imediatamente os protocolos necessários ao enfrentamento ao COVID 19 e assegurar os equipamentos de proteção coletiva – EPC´s e os equipamentos de proteção individual – EPI´s adequados às atividades laborais a todos os trabalhadores da saúde, inclusive para os administrativos, serviços de higienização e motoristas.
É imprescindível adotar rapidamente as seguintes medidas: investigar a transmissão, proceder o isolamento ou quarentena dos profissionais e realizar os testes de diagnósticos laboratoriais no LACEN – GO para verificar se os mesmos estão infectados pelo COVID-19. Infelizmente tais medidas têm sido negligenciadas pela Secretaria de Saúde.
Imperativo ressaltar ainda que as medidas devem ser aplicadas aos familiares e as pessoas que tiveram contatos com a trabalhadora, especialmente o isolamento domiciliar acompanhado pela Secretaria de Saúde.
Sabe-se que, na linha de frente do combate à doença, estão milhares de trabalhadores goianos atuando em postos de saúde e hospitais focados em salvar o maior número de vidas possíveis.
Portanto, conforme alertas já encaminhado à Secretaria Estadual e Municipais de Saúde, o Sindsaúde volta a reforçar seu apelo às autoridades de saúde para que seja intensificada a fiscalização nos postos de trabalho e garantida a todos os profissionais de saúde a devida segurança, isto é, com a paramentação e ambientação e ambiente adequados. Uma das consequências, caso a situação seja negligenciada, será o adoecimento em massa, inclusive com mortes e a possibilidade de aumento das transmissões já que são pais e mães de famílias e mantém laços sociais fora do posto de trabalho.
O sucesso das ações contra a proliferação da Covid-19 e o êxito do tratamento estão intimamente ligados à disponibilidade de, leitos, insumos como máscaras, luvas, medicamentos e ao número de profissionais necessários para atender a súbita demanda.
Portanto, também é salutar fortalecer e integrar as Comissões de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (CCIRAS), que são responsáveis pelo Plano de Contingenciamento frente à pandemia de COVID – 19 em todas as unidade de saúde, públicas, privadas ou filantrópicas. Quem cuida também precisa ser cuidado!
O enfrentamento ao COIVD-19 exige responsabilidade, união e concentração de esforços. Para tanto, o Sindsaúde-GO está à disposição das Secretarias de Saúde e demais órgãos para o combate desta pandemia.
Por fim, o Sindsaúde-GO enfatiza a necessidade do isolamento social como a principal forma de combate à proliferação do vírus, e entende que enfrentar esta pandemia é a principal tarefa de toda a sociedade brasileira e de todas as instituições comprometidas com o país, devendo os governos adotar medidas efetivas de proteção à vida, ao emprego e à renda dos trabalhadores e trabalhadoras.
Flaviana Alves
Presidenta do Sindsaúde-GO”