Após morte de coordenador, professores fazem ato por seguranças nas escolas, em Águas Lindas
O movimento, que está previsto para as 15h, no Colégio Machado de Assis, tem o objetivo de cobrar das autoridades garantia de segurança na rede estadual de ensino
Três dias após o assassinato do coordenador Bruno Pires de Oliveira, 41, por um aluno no Colégio Estadual Machado de Assis, professores da rede estadual realizam, nesta segunda-feira (2), ato por segurança nas escolas. O movimento está previsto para as 15h, em Águas Lindas.
Organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), o ato tem o objetivo de cobrar das autoridades garantia de segurança para atuação dos profissionais da área e toda a comunidade escolar.
Ao todo, são esperadas de 200 a 300 pessoas entre professores, pais e alunos no Colégio Machado de Assis, conforme ressalta o presidente do sindicato da regional Águas Lindas, Paulo Teles. “Vamos pedir justiça pela morte do Bruno. Queremos que esse caso não fique impune. Precisamos de mais segurança e também mostrar que a escola é um lugar de respeito”, afirma.
Segundo o professor, todos os profissionais ligados à Educação estão chocados com o assassinato. “O nosso sentimento hoje é de medo. Os professores estão muito aflitos. Situações como essa causam muita tristeza e desmotivação da categoria. Estamos perplexos”, disse ao Mais Goiás.
Ainda de acordo com Paulo, o diretor do Colégio Machado de Assis, Wesley Gonçalves de Oliveira, está bastante abalado e não deve se pronunciar sobre o caso. “Ele está em estado de choque e chegou a dizer que não quer mais integrar a gestão escolar”, comentou.
A presidente-geral do Sintego, Bia de Lima, também lamentou o ocorrido. Mais uma morte trágica no ambiente escolar, que reitera a necessidade da proteção dos/as profissionais da Educação. É preciso agir para que vidas não mais sejam retiradas. Basta de tanta violência! A Educação pede paz! Não aguentamos mais ver nossos colegas serem assassinados e tudo ficar do mesmo jeito”.
Segunda morte
Este foi o segundo caso de morte violenta de professores em Goiás somente em 2019. Em abril, o coordenador pedagógico Júlio César Barroso de Sousa, foi morto a tiros, por um estudante da Escola Estadual Céu Azul, em Valparaíso de Goiás.
Em maio, o Sintego lançou a campanha “A Educação pede Paz”, que tem por objetivo a criação de uma rede de proteção aos profissionais da Educação, capaz de pensar, propor e refletir junto às comunidades educacionais e Poder Público, caminhos democráticos para a cultura da paz.
Relembre
Na última sexta-feira (30), o professor e coordenador do Colégio Estadual Machado de Assis, Bruno Pires de Oliveira, de 41 anos, foi morto pelo estudante Anderson da Silva Leite Monteiro, de 18 anos. Segundo informações da Polícia Civil (PC), o aluno tinha problemas com indisciplina e foi retirado do programa escolar chamado Mais Educação pelo coordenador.
O jovem informou que o crime ocorreu durante uma conversa com o professor e foi motivado porque a vítima teria humilhado o aluno, conforme o mesmo relatou à PC. Anderson contou que chegou até Bruno para pedir uma chance de ser reintegrado ao programa, mas teria sido chamado de “vacilão” pelo professor. Neste momento, o estudante sacou a faca que carregava na cintura e desferiu o golpe contra a vítima. Bruno Pires acabou não resistindo aos ferimentos e morreu.
Valparaíso
Júlio César Barroso de Sousa, 41 anos, professor e coordenador do Colégio Estadual Céu Azul em Valparaíso, também no Entorno do DF, foi alvejado com três disparos no último dia 30 de abril. O menor, que confessou o crime, disse que discutiu com Júlio horas antes do assassinato. O Samu e o Corpo de Bombeiros chegaram a ser acionados, mas o professor não resistiu.
Ao sacar o revólver na direção do professor, a vítima tentou correr, mas foi atingida nas costas. Com o homem no chão, o adolescente ainda efetuou um disparo a curta distância.
Após o ocorrido, as aulas nos colégios estaduais de Valparaíso foram suspensas e retornarão somente na próxima segunda-feira (6). Um cartaz de luto foi colocado no portão do colégio.